Não há consenso se o desenvolvimento tecnológico de maquinário para indústrias moveleiras implicará em redução no número de postos de trabalho, mas os avanços podem amenizar o problema de falta de mão de obra. Nas 37 cidades englobadas pelo Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas, houve crescimento de 12,8% no número de vagas em dois anos, com 25 mil empregos entre diretos e indiretos. 

O presidente do Sima, Nelson Poliseli, acredita que a criação de postos de trabalho está estabilizada no Brasil. "Está difícil de se conseguir mão de obra qualificada e aqui não é diferente", diz. Opinião semelhante à do presidente do Expoara e da Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira (FIQ), Wanderley Vaz de Lima. "Está comum no parque termos vagas abertas, sem que apareçam candidatos", diz. 

Porém, Lima não afasta a possibilidade de redução da necessidade de funcionários. "No caso do corte da cana, por exemplo, a colheita passou a ser feita com máquinas e, na indústria moveleira, é óbvio que existe uma tendência de diminuir um pouco." 

Bons negócios
Expositores e visitantes que estiveram ontem na FIQ acreditam que devem fechar bons negócios neste ano. Consultor da SV Martins e da Kam Controle de Produção, Guilherme Rosin disse que 2014 será de afirmação das empresas que representa. Ele apresentou um sistema de atualização on-line do processo de produção, com comandos na tela de um monitor. "Pode aumentar em 20% a produtividade e o lucro em 5%." 

O técnico Cleomar Falabretti, da indústria de máquinas Dalmaq, afirmou que tem 100 clientes na região e espera conseguir mais. "A feira traz a perspectiva de apresentarmos as melhorias do setor, que são gradativas." 

Como visitante, o gerente de produção da Bartira Móveis, Nelson Graton, foi acompanhar as novidades. "Quem não investe não tem retorno, porque o cliente sempre exige mais", contou. "Quero aumentar a produção nesse ano e preciso aperfeiçoar meu maquinário", completou o dono da Móveis Suto, Roberto Suto.

Fonte: Folha de Londrina, 12 de março de 2014.