O Paraná foi um dos estados que mais gerou empregos em setembro com a criação de 11.547 postos de trabalho e só ficou atrás de Pernambuco (21,9 mil), Alagoas (13,7 mil), Rio de Janeiro (12,7 mil). Assim como em agosto, o setor de serviços foi o que puxou a geração de vagas no Estado com a criação de 4.848 postos, seguido do comércio com 3.685 novos empregos. O subsetor de serviços de alojamento e alimentação foi o que mais empregos gerou com 1.613 vagas e envolve desde hotéis até restaurantes. Com a tendência cada vez maior das pessoas se alimentarem fora de casa, os empregos também crescem junto. O segmento de comércio e administração de imóveis foi o segundo com mais vagas com a geração de 1.325 empregos. Os dados, divulgados ontem, fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No entanto, a indústria que tinha demitido 193 trabalhadores em agosto no Paraná, voltou a contratar em setembro quando gerou 1.273 vagas, com desempenho positivo principalmente no segmento de alimentos e bebidas. Para o economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco José Gouveia de Castro, isso pode ser explicado pela preparação da indústria para o Natal e pela recuperação da agroindústria. Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), Fabiano Camargo da Silva, o resultado da indústria em setembro representa o início de uma retomada do setor. Em setembro, as montadoras ainda demitiram 234 pessoas e a indústria têxtil e de vestuário fechou 331 vagas.
Apesar do desempenho positivo do mês passado no Estado, o resultado do saldo de vagas ainda é 27,49% menor do que no mesmo mês de 2013, quando tinham sido criadas 15.925 vagas. Segundo Castro, 2014 está sendo um ano que a ‘’macroeconomia não ajudou em nada’’ e, apesar disso, o resultado ainda é bom, na opinião dele.
O crescimento do nível de emprego (saldo de setembro em relação ao estoque total de trabalhadores com carteira assinada até agosto) foi de 0,42%. No ano, o crescimento do índice foi de 3,10% e nos últimos 12 meses terminados em agosto houve evolução de 1,95%. De janeiro a setembro, o saldo de vagas no Estado é de 84.120 e, nos 12 meses, de 53.481. No ano passado, o Estado gerou 90.349 vagas. A previsão dos dois economistas é que neste ano, o volume de empregos seja menor. No entanto, Silva disse que o importante é que ainda continua com saldo positivo.
PAÍS
Segundo o Ministério do Trabalho, em setembro de 2014, foram geradas 123.785 novas vagas no Brasil. Nos sete primeiros meses do ano, foram 904.913 novos postos de trabalho formal. É o menor saldo para esse período do ano na série histórica disponibilizada pelo governo, desde 2004. O número de setembro é a diferença entre 1,770 milhão de contratações e 1,646 milhão de desligamentos.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que os dados são positivos e disse que a queda na geração de emprego reflete uma necessidade menor de mão de obra. Disse ainda que há má vontade da imprensa ao noticiar os números e negou que haja uma crise na indústria que afete o emprego no setor.
Para Dias, não há sentido em comparar os dados deste ano com o mesmo período do ano passado, pois na comparação anual, segundo ele, a tendência é sempre de queda. Os dados do Caged mostram que a queda na geração de emprego começou em 2011, primeiro ano do governo atual.
Afirmou ainda que a meta de gerar 1 milhão de novos empregos este ano será cumprida. Em junho, o ministério já havia reduzido a previsão para a geração de empregos com carteira assinada em 2014 de 1,4 milhão para 1 milhão de postos. Dias afirmou também que os dados estão próximos dos verificados em outros países e que o Brasil vive situação semelhante à Alemanha.
Fonte: Folha de Londrina, 16 de outubro de 2014.