Ano após ano, o mercado de trabalho vive ciclos. Para os jovens profissionais ou para estudantes que estão pensando em ingressar em um curso superior, é sempre importante analisar, além da afinidade pela área escolhida, quais profissões estão em alta para que não se corra o risco de ficar fora do mercado de trabalho. A empresa de recrutamento Robert Half, analisando as vagas preenchidas no primeiro semestre de 2014, concluiu que a maioria das profissões em alta atualmente tem a ver com a busca por funcionários e executivos capazes de alavancar vendas, controlar custos e melhorar a eficiência das operações. 

O diretor de operações da empresa, Fernando Mantovani, explica que a pesquisa tem o objetivo de apresentar uma leitura da dinâmica do mercado trabalho com base nas profissões aquecidas e também nos perfis e características demandados pelas empresas. "Os dados da pesquisa confirmam o que o mercado vem mostrando há alguns anos, a escassez de profissionais qualificados, com perfil conectado ao negócio, com conhecimento de idiomas e resultados consistentes", ressalta. 

Os atuais cargos em alta são: gerente contábil, gerente de riscos, gerente de vendas, gerente de marketing, engenheiro de vendas, gerente comercial e de novos negócios, e advogado sênior especializado em consultivo tributário. "O aumento na demanda por estes cargos pode ser explicado em função do momento econômico do País. Em cenários menos favoráveis, a regra é alavancar vendas, controlar custos e melhorar a eficiência das operações", aponta Mantovani. 

O especialista em Marketing e Logística de Recursos Humanos, Henrique Gambaro Vieira, tem a mesma percepção, e confirma o crescimento das áreas principalmente porque agora as empresas estão se preparando para passar por épocas onde teoricamente o mercado não estará favorável para vendas. "A lógica para alguns é, se o mercado está ruim, precisamos economizar, mas a maioria das empresas já entende que não é assim que funciona. As empresas precisam buscar profissionais que terão o objetivo de ampliar e buscar novos clientes e mercados para as organizações". 

Segundo Gambaro, a "crise" coloca as empresas em duas situações: ou "encolher" e ficar esperando a crise passar, ou "correr atrás". "As pessoas, mesmo em crise, consomem, se divertem e viajam. Mesmo que a crise diminua os números e a quantidade, elas continuam consumindo. A empresa que estiver na ativa, fazendo promoções, correndo em busca e conquistando clientes continuará viva e crescendo. Por isso o aumento da contratação de profissionais que farão a diferença." 

Ainda segundo o especialista, os formados em Gestão Comercial focariam, principalmente, nas vendas e nas promoções. Já os formados em Logística, por exemplo, na concepção de projetos e processos que minimizem os custos e tornem a organização mais competitiva. 



AÇÕES ESTRATÉGICAS
O coordenador do curso Publicidade e Propaganda com Ênfase em Marketing da Unopar, José Campana, também confirmando dados da pesquisa, salienta que o marketing também é constantemente requisitado dentro das empresas porque "o crescimento das receitas e da lucratividade é mais substancial entre as empresas que atribuem ao marketing um papel estratégico". "Uma perspectiva centrada no cliente é parte fundamental dos programas de marketing a começar pela pesquisa, busca de inovação, desenvolvimento e posicionamento do produto, até a escolha dos veículos de comunicação que manterão a empresa em contato com o público-alvo escolhido." 

Campana ainda explica que na área de marketing on-line, as empresas usam redes sociais, e-commerce, sites e blogs como canais de comunicação estratégicos. "Esses profissionais deixam de fazer parte de uma área de suporte e operacional para fazerem a análise de indicadores e, mais que isso, conseguir direcionar o planejamento estratégico de marketing do cliente". Ele afirma que a propaganda, alavancada pelo marketing, cresceu na mesma proporção. "O mercado brasileiro lidera o aumento de volume de verbas em todo o mundo, com um crescimento estimado de 12,8%, seguido da Índia com 11,3%, segundo estudos Consensus Ad Forecast do Warc", finaliza.

Fonte: Folha de Londrina, 20 de outubro 2014.