Um protesto com direito a churrasco de sardinha reuniu centenas de pessoas em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília.
 
Organizado pela Força Sindical, a manifestação tinha como objetivo  cobrar a correção da tabela do Imposto de Renda e chamar a atenção para a importância da manutenção da política de valorização do salário mínimo.
 
O evento foi idealizado para coincidir com o almoço oferecido pelo governo federal a alguns empresários brasileiros de grande porte.
 
“Ficou clara a diferença de tratamento que o governo dispensa aos trabalhadores e aos empresários. Enquanto o governo e empresários fazem um grandioso banquete, o povo come sardinha e sempre fica com o abacaxi”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Segundo ele, nenhuma reivindicação da pauta trabalhista foi levada em consideração pelo governo até agora. 
 
O deputado federal, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP), presidente do partido Solidariedade, também esteve presente no local e demonstrou apoio aos pleitos dos manifestantes. “Queremos o mesmo tratamento que o governo dá para os poderosos, temos uma pauta e queremos abrir diálogo”, disse o parlamentar.
 
Na terça-feira, a Força Sindical já havia organizado um protesto na Avenida Paulista, região central de São Paulo. A ação tinha também como objetivo chamar a atenção durante um almoço entre Mantega e empresários, que acabou sendo adiado. 
 
Mesmo tratamento/ “Não conversar com os trabalhadores é um crime que o governo está cometendo. Exigimos tratamento igual”, declarou João Carlos Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força. 
 
Outros sindicalistas estiveram presentes na Paulista. O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, Célio Ferreira Malta, reforçou a ideia de que  “para pagar imposto o trabalhador serve, mas para o grande banquete, não”.
 
Já Valéria Cabral, diretora do Sindicato das Costureiras de São Paulo, também demonstrou insatisfação com o governo. “Não admitimos que um governo que diz ter vindo da classe operária não atenda aos trabalhadores”, afirmou.
 
Fonte: O diário de S. Paulo, 13 de março de 2014.