Planejar a carreira e guardar dinheiro parecem ser dois hábitos distantes dos jovens profissionais brasileiros. É o que aponta um estudo feito para entender o comportamento dos jovens das classes C e D no mercado de trabalho. De acordo com os dados, apenas 7% dos entrevistados pensam em um plano de carreira e 80% deles estão em cargos subordinados. Além disso, 56% desses jovens gastam os seus salários com lazer e bens de consumo.

Diferentes segmentos e algumas capitais analisadas
O levantamento foi realizado entre março e junho deste ano com 812 participantes entre 16 e 22 anos, que estavam trabalhando em empresas de varejo, telemarketing, fast-food, companhias aéreas, bancos e pequenos negócios, em cinco diferentes regiões do Brasil: São Paulo, interior paulista, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife. Ainda de acordo com o levantamento, 61% desses jovens cogitam sair de seus empregos no curto ou médio prazo, enquanto que 50% permanecem no máximo por um ano nas corporações.

Desencontro de valores
“Percebemos que o jovem entra nas empresas sem pensar em planos de carreira ou em constituir uma reputação. Essa postura faz com que tanto empresas quanto gestores - por serem de outras gerações - critiquem essa massa de jovens em vez de procurar entendê-los, para daí então tentar motivá-los. Os desencontros de valores são alguns dos motivos que ocasionam o alto índice de rotatividade”, explica Jean Soldatelli, diretor de Novos Negócios e Comunicação da consultoria Santo Caos, responsável pela pesquisa.

Ascensão econômica das classes C e D
De acordo com Soldatelli, os números refletem a ascensão econômica das classes C e D, quebrando o paradigma de que todo jovem dessas camadas sociais é obrigado a ajudar os pais no sustento da família. Segundo o executivo, a pesquisa mostra que 30% dos jovens entram no emprego buscando independência financeira, enquanto apenas 19% entram no mercado de trabalho para ajudar nas despesas do lar, ou por buscarem apenas um primeiro emprego. Outros 13% querem ter experiência profissional e, para apenas 5%, a relevância da marca no mercado é essencial para sua entrada na respectiva companhia.

Gastos com lazer superam os ganhos
No entanto, 56% confessaram gastar com lazer e consumo, inclusive os que estão trabalhando para ajudar nas despesas familiares. “A procura por um emprego é motivada por independência financeira e, consequentemente, os gastos com lazer e consumo acontecem cada vez mais cedo e numa frequência muito maior”, aponta Com a equipe de redação do Salario BR.

Fonte: Bem Paraná, 03 de novembro de 2014.