Para quem está cursando o último ano da graduação ou para quem é formado há pouco tempo, toda experiência adquirida na área pode ajudar na inserção no mercado de trabalho. Programas de trainee são uma boa opção para quem quer descobrir, dentro do curso escolhido, qual área ingressar e até mesmo garantir uma contratação na própria empresa que ofereceu a oportunidade.
A principal diferença entre programa de trainee e estágio, segundo a coordenadora técnica do setor de Estágios e Talentos do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Lucimara do Nascimento, é que no estágio o formando ou universitário geralmente está buscando experiência em uma determinada função prática, ligada à sua graduação. "Já o trainee é um profissional mais maduro. Ele já possui alguma experiência, pode já ter feito estágio ou mesmo ter trabalhado em alguma função em outra empresa, é um funcionário contratado pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a empresa vai testá-lo em vários setores, para descobrir o potencial, principalmente de liderança, daquele jovem", explica.
Segundo ela, as empresas, mais do que teoria, buscam no trainee "características comportamentais que vão mostrar para os gestores e a diretoria se ele futuramente pode assumir um cargo de gerência júnior, ou mesmo de líder dentro de uma área que ele melhor se enquadrar." Pela lei, o trainee não pode ser contratado por mais de dois anos. "Passado esse tempo, ou ele vai ser contratado para alguma função, ou adquiriu experiência o suficiente para ingressar em outra empresa já preparado. O programa de trainee é bom porque não somente a empresa descobre em que área o funcionário é melhor, mas o próprio jovem vai se encontrar. Talvez na faculdade ele gostava mais de uma área, mas descobre na prática que gosta mais de outra".
No geral, um trainee está cursando os últimos dois anos do curso superior, ou está formado no máximo há três anos. "Salvo raras exceções, eles têm no máximo 30 anos", explica Lucimara.
Empresas de todos os setores e diversas áreas têm programas de trainee. "Está mais ligado ao tamanho da empresa do que à área em si, porque um programa de trainee exige investimento, contratação por CLT com todos os encargos, investimento no funcionário, por isso geralmente empresas maiores, com mais capacidade financeira, que podem investir mais, acabam tendo essa política de RH."
DICAS
Um processo de captação de trainee pode durar meses. Por isso, para quem quer começar a procurar programas em sua área, a dica é não buscar muitas empresas e não entrar em muitos processos seletivos ao mesmo tempo. "O ideal é procurar duas ou três empresas que você sabe que têm os mesmos valores que você, pesquisar o histórico da organização, casos de trainee, e escolher poucas seleções para que você possa se dedicar", recomenda Lucimara.
No geral, a primeira etapa é pela internet, depois há fases de entrevistas e processos seletivos que envolvem até mesmo resolução de problemas técnicos da empresa, para que os gestores escolham os funcionários que irá contratar. "A empresa busca trainees comunicativos, proativos, que tenham capacidade de resolver esses possíveis problemas que a empresa possa enfrentar. O candidato deve mostrar o que tem de melhor, sabendo que, diferente do estágio, onde ele vai só receber informações e tarefas, ele vai precisar exercer funções importantes e interagir com o máximo de pessoas, de todos os setores, para garantir uma possível contratação", finaliza.
Fonte: Folha de Londrina, 10 de novembro de 2014.