A temporada de compra de material escolar já começou e os pais começam a fazer as contas de quanto deverão gastar com a lista este ano. A Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) estimou que os materiais estão em média 8% mais caros em relação a 2013 devido a fatores como os altos índices de inflação.
Depois de pesquisar em diversas papelarias, a professora Lolyane Guerreiro finalmente decidiu fazer a compra do material escolar para o filho, Daniel, de 8 anos. No total, ela iria gastar R$ 180 reaproveitando alguns itens do ano anterior, como estojo e canetinhas. O valor dos materiais também é negociado com o filho, a fim de economizar na compra. Agora que está crescido, Daniel quer autonomia para escolher produtos dos seus personagens favoritos. "Eu deixo ele escolher só alguns itens de personagens, tudo não dá."
De acordo com Álvaro Loureiro Junior, proprietário das papelarias Dínamus e Mega Feira Escolar, em Londrina, a mochila chegou a ter 21% de ajuste nos preços, pois além da inflação, pesou sobre o produto a variação do câmbio. "O dólar explodiu", justifica o proprietário. Por este motivo, ele orienta os pais a procurarem produtos lançados no ano passado, para encontrar preços sem o reajuste de 2015.
Dependendo da escola, a lista de materiais pode variar de R$ 80 a R$ 400, afirma Nelson Lopes, proprietário da livraria e papelaria Londrina. Além da mochila, Lopes lembra que os cadernos também tiveram grande variação de preço. Mesmo assim, como os pais não deixam de comprar o material escolar dos filhos, o empresário ainda espera 20% de crescimento nas vendas. Para isso, preparou o estoque com alternativas mais baratas.
Na Livrarias Curitiba, em Londrina, as vendas começaram logo após o Natal, afirma a subgerente Maria Márcia Magro. "Como este ano as vendas começaram melhor, a expectativa é de pelo menos 5% a 7% de crescimento." Já em função da economia estagnada e da inflação, o proprietário das papelarias Dínamus e Mega Feira Escolar estima crescimento de 3% a 4% até o início das aulas. "Se tivermos 4% de aumento já está bom."
Reajuste
A elevação dos custos das matérias-primas, os reajustes salariais superiores aos índices da inflação e a elevação do dólar foram os principais fatores que influenciaram na alta do preços do material escolar, afirma Rubens Passos, presidente da ABFIAE.
Segundo ele, os itens com papel em sua composição tiveram aumento de cerca de 9% nos preços. Outros itens que tiveram incremento superior a 9% foram os importados, como mochilas e estojos, devido à desvalorização cambial, continua. Para fugir dos preços elevados, o presidente orienta os pais a fazerem pesquisa de preços nos pontos de venda. "Há comerciantes que compraram o estoque mais cedo para evitar o aumento do início do ano."
Fonte: Folha de Londrina, 09 de Janeiro de 2015.