Professores da rede municipal de ensino de Curitiba entraram em greve nesta segunda-feira (17), por tempo indeterminado. A mobilização da categoria deve atingir inicialmente cerca de 80 mil alunos, de acordo com o Sindicato dos Servidores dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac). Durante todo o período de paralisação, os alunos ficarão sem aula. Ainda de acordo com o sindicato, na sexta-feira (14), os pais foram avisados sobre a interrupção do cronograma escolar por cartazes e panfletos.

A assembleia em que foi deflagrada a greve ocorreu em 27 de fevereiro no Centro de Convenções de Curitiba. Segundo o Sismmac, mil professores estiveram presentes. Os servidores pedem a contratação de mais professores, mudança na jornada das escolas do 6º a 9º ano e uma proposta de enquadramento no Plano de Carreira dos professores municipais que valorize o tempo de serviço.

Conforme do diretor do Sismmac, João Rufato, às 8h30 está prevista uma passeata com faixas, cartazes e carros de som até a sede da prefeitura.

Rufato afirma que o sindicato negocia com a administração municipal há 14 meses e que estes pontos da pauta de reivindicação são tranquilos de serem atendidos. Um dos aspectos decisivos para a deflagração da greve foi o Plano de Carreira. 

“Nós já tivemos alguns avanços nas discussões que nós já tivemos e faltam dois pontos. Um deles é o não enquadramento de aposentados com isonomia e paridade. A prefeitura está resistindo em enquadrá-los, e são professores que deram a vida para a educação de Curitiba e agora estão fora do plano. E o outro é que a prefeitura propôs fazer o enquadramento por faixa salarial e a gente defende que tem que ser por tempo de serviço. Se você não enquadrar por tempo de serviço, vai gerar uma distorção na carreira em relação aos antigos com os mais novos”, argumentou Rufato.

O diretor afirma que a categoria está aberta para diálogo e que espera propostas da Prefeitura de Curitiba. Segundo ele, tendo um posicionamento do poder público, os professores farão assembleias diárias para discutir as possíveis mudanças.

“Na verdade, este trabalho todo é para melhorar as condições de atendimento aos alunos, dos filhos dos trabalhadores e trabalhadoras do município. A nossa intenção é resolver o quanto antes, mas, infelizmente, chegou a este ponto”, afirmou Rufato.

Prefeitura destaca medidas adotadas
Por meio de nota oficial, a Prefeitura de Curitiba afirma que respeita a mobilização e que mantém diálogo permanente com os professores. Além disso, menciona algumas medidas que foram implementadas com vistas à valorização dos profissionais da educação.

Entre elas, o Executivo municipal cita a ampliação gradativa da hora-atividade de 33% e reajuste de 6,77% nos salários, em 2013, a contratação de quase mil profissionais da educação e a realização do atual concurso em andamento, e a liberação de R$ 28 milhões para reforma e ampliação das escolas.

Quanto ao Plano de Carreira, a prefeitura afirma que será enviada à Câmara Municipal, no fim do primeiro semestre, uma nova formulação.

Fonte: G1. com, 17 de março de 2014.