O governo aceitou negociar com as centrais sindicais
as regras mais rígidas para concessão de benefícios
trabalhistas e previdenciários, anunciadas no final de
2014.
Os ministros Miguel Rossetto (Secretaria­Geral da
Presidência), Nelson Barbosa (Planejamento), Manoel Dias (Trabalho) e Carlos Gabas (Previdência)
negaram a representantes de seis centrais sindicais a revogação das medidas
em reunião em São Paulo, nesta segunda (19).
Segundo Rossetto, o governo não voltará atrás na adoção das novas regras. Mas admitiu que alguns pontos podem mudar nas medidas provisórias 664 e
665, que tratam do tema. "Abrimos o debate sobre o conteúdo das MPs."
Representantes dos sindicatos e do governo terão reuniões técnicas nas
próximas semanas para debater as medidas, e um novo encontro entre os
ministros e os líderes deve ocorrer em fevereiro.
Rossetto não deu pistas sobre quais medidas podem ser flexibilizadas, mas,
segundo sindicalistas, os ministros teriam sinalizado durante a reunião que
podem ocorrer mudanças nas novas regras para o seguro­desemprego e
abono salarial, bancados por recursos do FAT (Fundo de Amparo ao
Trabalhador).
Já as mudanças na pensão pós­morte, auxílio­doença e seguro­defeso (pago a
pescador artesanal) não teriam espaço para negociação.
No próximo dia 28, Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores, Central
dos Sindicatos Brasileiros, Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil, União Geral dos Trabalhadores e Nova Central Sindical de
Trabalhadores farão uma manifestação nacional. Em 26 de fevereiro, uma
marcha será realizada em Brasília.
A Força Sindical também pretende questionar as medidas no STF (Supremo
Tribunal Federal).

Fonte: Folha de S.Paulo, 20 de Janeiro de 2015.