A alta de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros da economia (Selic), anunciada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), terá um efeito "muito pequeno" nas operações de crédito para pessoa física. A avaliação é da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que projetou o impacto da elevação da Selic de 11,75% para 12,25% ao ano nos juros de mercado.
Para a entidade, a taxa de juros média para pessoa física vai subir 0,94 ponto porcentual, para 109,02% ao ano. Já a taxa média para empresas vai aumentar 0,7 ponto, para 52,51% ao ano. A Anefac afirma que a correção é pequena porque existe "um deslocamento muito grande" entre os valores da Selic e das taxas de juros cobradas dos consumidores.
De acordo com projeções da Anefac, a alta da Selic para 12,25% ao ano deve fazer com que os juros cobrados no comércio subam de 76,53% para 77,34% anuais. A média do cartão de crédito, por sua vez, deve aumentar de 258,26% para 259,81% ao ano. No caso do cheque especial, os juros cobrados pelos bancos subirão de 178,80% para 180,03% em 12 meses.
As operações de crédito em bancos e financeiras também vão ficar mais caras. A taxa de juros média do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) oferecido por bancos para compra de veículos, por exemplo, subirá de 24,46% para 25,05% ao ano. Já os cobrados pelo empréstimo pessoal realizados por bancos vão aumentar de 53,05% para 53,76%, enquanto os concedidos por financeiras passarão de 133,96% para 135,01%.
Pessoa jurídica
No caso das empresas, a alta da Selic de 12,25% ao ano fará com que os juros sobre capital de giro aumentem de 26,82% para 27,42% em 12 meses. Os juros das linhas de desconto de duplicadas, por sua vez, passarão de 36,07% para 36,71%. No caso da conta garantida, a taxa subirá de 101,68% para 102,59%.
Fonte: Folha de Londrina, 22 de Janeiro de 2015.