O Paraná criou 25.612 empregos formais em fevereiro, o que representou um aumento de 0,94% em relação ao mês anterior. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que foi divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado foi recorde para um mês de fevereiro na série histórica do Caged que iniciou em 2003. Os setores de atividade que mais contribuíram para este desempenho foram serviços, com 12.531 vagas, e a indústria de transformação com 5.536 postos de trabalho.
Nos dois primeiros meses do ano foram gerados 38.406 empregos com crescimento de 1,42%. Nos últimos 12 meses terminados em fevereiro foram criadas 97.784 vagas, o que significou um crescimento de 3,68%. Em fevereiro, o Paraná teve o quinto melhor desempenho do País e ficou atrás de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Para o diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki, o resultado do Paraná de fevereiro foi significativo. ‘’Fevereiro é um mês mais curto, mas mesmo assim registrou crescimento de empregos’’, disse. Segundo ele, este desempenho do Estado no mês passado também está relacionado a um processo de formalização.
Ele explicou que o nível maior de empregos em serviços está relacionado ao atual contexto do crescimento brasileiro que está direcionado para o mercado interno. Suzuki lembrou que também existe um processo da inflação de serviços muito forte.
Já o crescimento das vagas na indústria tem relação com os novos investimentos que o Paraná vem recebendo. Além disso, segundo ele, o Estado está começando a colher a safra e a indústria tem forte influência das fábricas de alimentos. Já, em Curitiba, as indústrias mais ‘’sofisticadas’’ estão com dificuldades em função da conjuntura nacional. Ele citou como exemplo o setor automotivo que mostra sinais de esgotamento da demanda interna e dificuldade para exportar por questões macroeconômicas.
O professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado, alertou que o Estado continua com uma trajetória positiva de geração de empregos, mas de baixa qualificação e ainda com rendimento menor que os da indústria de transformação.
A Região Metropolitana de Curitiba registrou aumento de 9.507 empregos formais ou uma elevação de 0,87%. Na capital foram criadas 7.712 vagas. No interior do Estado foram gerados 16.105 novos empregos. As cidades com mais de 30 mil habitantes que registraram o maior número de empregos em fevereiro foram Londrina (1.895), Maringá (1.382), Cascavel (1.081), Ponta Grossa (794) e Foz do Iguaçu (565). Em percentual, Londrina cresceu 1,16% em fevereiro. ‘’Londrina é uma economia de serviços’’, disse Suzuki.
Para este ano, Suzuki prevê que haja um crescimento menor na geração de empregos no Estado porque não há um estoque grande de desocupados. ‘’A criação de empregos deve ter uma dinâmica mais suave’’, disse. Curado acredita que os empregos sejam puxados por serviços neste ano e de baixa qualificação. ‘’O Paraná continuará gerando empregos, mas com uma velocidade mais baixa’’, destacou.
Fonte: Folha de Londrina, 18 de março de 2014.