O segundo melhor desempenho no saldo de empregos do RN, registrado no mês passado, vem do setor da Construção Civil. Foram abertas 600 novas vagas. O crescimento foi de 3,22%, no primeiro bimestre – 1.629 postos de trabalho - na comparação com o total de empregados de dezembro de 2013. A realização da Copa do Mundo e de obras estruturantes para abastecimento de águas e saneamento básico, em todo o estado, são apontados como as alavancas para a geração de emprego do setor.
Os dados já eram esperados, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil, Arnaldo Gaspar Júnior, e deverá perdurar durante todo o ano. “Tivemos um bom crescimento, já anunciado com a urgência em finalizar obras estruturantes para a Copa, como o túnel e dos sistema de drenagem da Arena das Dunas e devemos continuar contratando, no pós-Copa, para atender as obras da Caern”, analisa o presidente do Sinduscon/RN.
Até o final do ano, o setor deverá empregar pessoal para a construção de barragens e sistemas de adutoras no interior, dentro das obras do PAC e de enfrentamento a seca, para a distribuição de água. Outra licitação pública aguardada é a do programa de saneamento do Estado que, em Natal, deverá iniciar pela Zona Norte.
O bom desempenho no setor de obras públicas estruturantes vem como alento ao momento de estagnação vivido pelo mercado imobiliário que permanece sem contratar, mas que segundo Gaspar, também “não está dispensando” pessoal. “Não há contratação porque não há lançamentos. O mercado trabalha para liquidar estoques de imóveis ainda represados”, observa.
A mecanização no campo também contribuiu para a migração do trabalhador rural para a construção civil. “Como a indústria açucareira tem empregado cada vez máquinas nas suas diversas etapas, há uma absorção dessa mão de obra, que acaba sendo qualificada nos canteiros de obras”, observa Gaspar. A maior contratação de pessoal tem demandado maior oferta de capacitação pelas próprias empresas, que tem assegurado a colocação nos postos de trabalho. “Há uma preocupação em contratar, mas também em formar, uma oportunidade de qualificação, visto que esta é uma das carências do setor”, disse.
Fonte: Tribuna do Norte, 18 de março de 2014.