Os trabalhadores da limpeza pública de Curitiba decidiram encerrar a greve deflagrada na última terça-feira e voltaram ao trabalho às 19 horas de ontem. A decisão foi tomada depois de um acordo entre os funcionários e a Cavo, empresa responsável pela limpeza na cidade, que foi fechado em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR).
O Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco), que representa garis, varredores e coletores de lixo, e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Paraná (Sitro), que representa os motoristas dos caminhões de lixo, aceitaram a proposta apresentada pelo Ministério Público do Trabalho e chancelada pela desembargadora Ana Carolina Zaina a respeito de reajuste salarial e benefícios da categoria.
O acordo que foi fechado prevê 10% de reajuste para os salários (7,7% para repor o índice de inflação e mais 2,14% de aumento real). Os trabalhadores também terão 16,41% de reajuste (índice da cesta básica de Curitiba) para vale alimentação e vale refeição. O pagamento será retroativo a 1º de março, data-base da categoria. O acordo também garantiu que não haverá desconto dos dias parados. Os pagamentos serão feitos até 15 de abril, para salário, e 20 de abril, para benefícios.
O presidente do Siemaco, Manassés Oliveira, considerou o acordo como positivo. "Os trabalhadores tiveram ganho real nos salários e benefícios", destacou. Inicialmente, os funcionários queriam 20% de aumento nos salários e 30% nos vales alimentação e refeição. A Cavo tinha oferecido 9% de aumento nos salários e 10% para os benefícios. Anteriormente, os sindicatos não aceitaram uma proposta do Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) de 9,7% de aumento salarial e 16,4% de reajuste nos benefícios. No total, são 2.600 trabalhadores entre garis e motoristas.
Impacto
De acordo com informações da Prefeitura de Curitiba, o impacto do aumento no custo do serviço de limpeza pública (de R$ 10,7 milhões este ano) será absorvido pela Prefeitura e pela Cavo, evitando repasse para a taxa de lixo paga pela população. A Prefeitura vai assumir apenas o aumento relativo ao INPC do período e o restante a Cavo absorverá. Atualmente a gestão de resíduos custa R$ 180 milhões por ano para o município, enquanto a receita proveniente da taxa de lixo é de R$ 80 milhões. A diferença é subsidiada com recursos públicos.
Fonte: Folha de Londrina, 20 de março de 2015.