O Paraná teve o terceiro maior crescimento no contingente de trabalhadores estrangeiros no mercado formal de trabalho de 2012 a 2013, segundo informações do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Neste período, o número destes trabalhadores aumentou 68%, passando de 3.890 para 6.544 profissionais. O índice coloca o Estado atrás somente de Santa Catarina, que teve um acréscimo de 133,4%, e Mato Grosso, com alta de 76,3%. De 2011 – quando o número de trabalhadores estrangeiros formais era de 2.697 - a 2013, o Paraná teve crescimento de 142,6% no volume destes trabalhadores. 

No total, em 2013 existiam 120.056 trabalhadores imigrantes no mercado de trabalho formal brasileiro. De acordo com informações da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (Rais/MTE), a maioria desses profissionais que atuava no mercado de trabalho formal brasileiro (37,3%), em 2013, tinha Nível Superior, e 53% recebiam entre um e três salários mínimos. O setor de produção de bens e serviços industriais é o que apresentou maior crescimento (163,8%) no contingente de trabalhadores estrangeiros. De 2011 a 2013, estes profissionais vieram, principalmente, da América Latina. Em todo o País, a quantidade de estrangeiros atuando formalmente cresceu 50,9%, chegando a 120.056 pessoas. 

Em 2014, 809 autorizações foram concedidas pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) a trabalhadores estrangeiros no Paraná. A maior parte das concessões foi feita a profissionais na condição de assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia (250) e a artistas ou desportistas (197), ambos sem vínculo empregatício. A trabalhadores com vínculo empregatício, o maior número de concessões foi cedido a especialistas (172). A maioria dos pedidos de autorização teve origem nos EUA (127), Alemanha (102) e Índia (65). 

Na opinião da procuradora do trabalho do Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), Cristiane Lopes, atualmente, existe uma situação de necessidade de mão de obra em segmentos em que a informalidade é dificultada devido à fiscalização, motivo que leva a um movimento mais intenso de formalização do trabalho estrangeiro. No Paraná, o aumento do número de trabalhadores formais de outros países também tem relação com o crescimento econômico do Estado, ela acrescenta. 

No País, são autorizados a trabalhar formalmente cidadãos residentes nos países do Mercosul – Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Peru, Equador, Colômbia, Bolívia, Chile e México - e cidadãos de países que o Brasil inclui em sua política humanitária de acolhimento, como Haiti, Senegal, Bengala e Congo, explica a procuradora do trabalho. Outros trabalhadores que chegam para atuar no mercado formal são casos específicos, como de executivos que são convidados por empresas para trabalhar no País. Nestes casos, a empresa precisa alegar que não existe mão de obra com a especialização desejada no País. "A empresa convida o profissional sob a alegação de que não existe mão de obra naquele perfil e por isso vai procurar no estrangeiro a qualificação que deseja." 

Fonte: Folha de Londrina, 23 de março de 2015.