O Paraná é responsável por 98% dos casos de dengue registrados na Região Sul em janeiro e fevereiro de 2014. Do total de 6.988 casos nos três Estados, 6.851 foram em solo paranaense. Os dados fazem parte do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa), divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS). Rio Grande do Sul notificou 106 casos e Santa Catarina, 31.
De acordo com a pesquisa, 321 municípios brasileiros estão em situação de risco, quando o LIRAa fica acima de 4%, sendo 26 do Paraná. Em situação de alerta, onde o índice varia entre 1% e 3,9%, aparecem 725 cidades, das quais 38 paranaenses. Dos 399 municípios do Estado, 274 estão infestados pelo mosquito da dengue.
Maringá (Noroeste) é o sétimo município do Brasil em número de casos no primeiro bimestre: 1.540. No período pesquisado não houve mortes no Paraná, contra 15 no ano passado.
A Secretaria de Saúde do Paraná contesta os números, alegando que o MS os casos notificados como confirmados. "Como temos mais condições de coleta e análise, os casos só são confirmados após os exames laboratoriais", frisou Ronaldo Trevisan, técnico da Sala de Situação em Saúde da Sesa. Dados da pasta apontam que de agosto de 2013 a março de 2014 foram confirmados 2.351 casos no Estado, contra 17.775 no período anterior, uma redução de 87%.
Em Londrina, o último LIRAa, realizado em janeiro, apontou índice de infestação de 7,4%. Um novo levantamento será feito na primeira semana de abril. Nos dois primeiros meses do ano, a cidade registrou 101 casos e mais de 1,4 mil notificações. "Quando o índice está acima de 1% sempre é preciso estar em alerta para evitar um possível surto ou epidemia", apontou Luis Alfredo Gonçalves, supervisor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde. Atualmente, 272 agentes trabalham em Londrina no combate à dengue.
O levantamento do MS foi realizado em 1.459 municípios, 48% a mais que na edição de 2013. Ao todo, 87.136 casos foram notificados nos dois primeiros meses do ano no País, contra 427 mil registrados no mesmo período de 2013, uma redução de 80%. A queda também foi verificada em relação aos casos graves (84%) e óbitos (95%). No ano passado, foram 192 mortes contra 9 em 2014.
Dez Estados brasileiros concentram 86% dos casos registrados em todo o País: Goiás (22.850), São Paulo (16.147), Minas Gerais (14.089), Paraná (6.851), Espírito Santo (4.093), Rio de Janeiro (2.608), Mato Grosso (2.208), Tocantins (2.122), Ceará (2.082) e Amazonas (1.991).
As cidades com o maior número de casos da doença são: Goiânia (GO), com 6.089; Luziânia (GO), com 2.888; Aparecida de Goiânia (GO), com 1.838; Campinas (SP), com 1.739; Americana (SP), com 1.692; Belo Horizonte (MG), com 1.647; Maringá (PR), com 1.540; São Paulo (SP), com 1.536; Brasília (DF), com 1.483 e Campo Belo (MG), com 1.410.
Fonte: Folha de Londrina, 19 de março de 2014.