Servidores estaduais do setor da Saúde iniciaram ontem uma greve que afetou hospitais de dez cidades: Londrina, Curitiba, Francisco Beltrão, Campo Largo, Paranaguá, Ponta Grossa, Guaraqueçaba, Umuarama, Cianorte e Guarapuava.
Em Londrina, o atendimento nos hospitais da Zona Norte e Zona Sul ficou restrito aos casos de urgência e emergência encaminhados pelo Samu e Siate. Quem procurou o pronto-socorro foi surpreendido pela paralisação.
Cerca de 50 grevistas fizeram uma manifestação em frente ao HZS. "Vamos manter 30% dos funcionários para realizar os atendimentos. Nos organizamos em escalas para que todos possam participar da greve", ressaltou Elaine Rodella, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (Sindisaúde).
Os médicos especialistas, também representados pelo sindicato, trabalharam normalmente, assim como os demais médicos contratados pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar).
De acordo com o Sindisaúde, 2 mil dos 4,5 mil servidores que atuam nos hospitais do Paraná participaram da manifestação pela manhã.
Entre as reivindicações estão a aprovação do novo plano de carreira da categoria entregue ao governo do Estado em 2011, pagamento das progressões, mudanças no cálculo da horas extras, reajuste da gratificação em 30% e a incorporação deste valor ao salário.
A categoria ainda é contra a criação da Fundação Estatal de Saúde (Funeas), projeto já aprovado na Assembleia Legislativa.
Perto de 150 dos 700 servidores dos hospitais da Zona Norte e da Zona Sul participaram da mobilização ao longo do dia. "Estamos abertos para negociar, mas nunca chegam respostas práticas. Estamos esperando há três anos. A responsabilidade pela restrição aos atendimentos é do governo do Estado. Eles não podem nos culpar", alfinetou Elaine.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que nenhum hospital interrompeu os atendimentos nesta terça-feira. Durante a manhã, foram registradas 308 faltas não justificadas de servidores da saúde em todo o Paraná.
Conforme a assessoria de imprensa, o governo concede reajustes gradativos desde 2011 e mantém negociações com a categoria.
Fonte: Folha de Londrina, 19 de março de 2014.