A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação programou um protesto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para amanhã.
Os professores querem o cumprimento da lei do piso salarial. Segundo a categoria, os salários estão defasados e devem ser reajustados em 19%. O governo oferece aumento de 8,32%.
Os docentes também reivindicam a votação do PNE (Plano Nacional da Educação), em tramitação na Câmara, e a destinação de 10% dos recursos do PIB (Produto Interno Bruto) para o setor.
Em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Goiás, Amazonas, Espírito Santo, Santa Catarina e no Distrito Federal, a maior parte das escolas públicas da rede estadual não deve funcionar hoje, por causa da manifestação.
Apucarana - Em Apucarana, os professores se concentraram próximo ao platô da Praça Rui Barbosa, na área central da cidade, portando faixas e cartazes. Conforme o professor João Luiz Calegari da APP-Sindicato, os educadores vão seguir em passeata até a prefeitura. "Essa é uma lata da qual não devemos ser omissos, pois estamos reivindicando melhorias no atendimento à saúde dos professores e pela hora atividade", disse Calegari.
Começo - O movimento nacional teve início na segunda-feira, quando as aulas foram interrompidas no Maranhão, Bahia, Sergipe e Piauí. Em Salvador, pelo menos 1 milhão de estudantes da rede estadual foram afetados.
Movimentos grevistas
Professores do Rio Grande do Norte e de Mato Grosso estão em greve há mais tempo.
No RN, o ano letivo deste ano só contou com um único dia de aula. A maior parte das escolas da rede estadual está fechada há 50 dias. Segundo o sindicato da categoria, 70% dos docentes aderiram à greve, que afeta aproximadamente 200 mil estudantes.
"Não há progressão de carreira nem incentivo nos salários para o professor buscar capacitação. O nosso plano de cargos e carreiras está congelado na Justiça", afirmou o coordenador do sindicato, José Teixeira da Silva.
Em Natal, há risco de que o ano letivo não seja concluído até dezembro, segundo Silva.
Em Mato Grosso, o sindicato dos professores informou que as redes municipais de seis cidades estão paradas.
Em Cuiabá, o ano letivo da rede estadual só começou ontem. O atraso ocorreu por causa da greve da categoria no ano passado, que durou 67 dias e invadiu o calendário de 2014.
"Já é sabido que não vamos conseguir concluir o ano letivo até dezembro. As aulas seguirão em 2015", prevê Henrique Lopes do Nascimento, presidente do sindicato dos professores no Estado.
Outro lado
A Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte informou que reajustou em 91,5% o rendimento dos professores nos últimos três anos e que encaminhou projetos de lei à Assembleia para garantir outros benefícios à categoria.
Já a Secretaria de Educação de Mato Grosso disse que apresentou um plano de reposição das aulas aos sábados, em Cuiabá. A pasta diz que 16 sábados de aulas serão suficientes para cumprir o calendário.
Fonte: Tribuna do Norte, 19 de março de 2014.