As vendas do varejo de material de construção cresceram 12% em março, na comparação com fevereiro. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 8%. De acordo com o Instituto de Pesquisas da Universidade Anamaco, este desempenho foi verificado em lojas de todos os portes no País, especialmente nas médias e grandes. No Paraná, a estimativa é que as vendas tenham crescido 4% em março em relação ao mesmo mês de 2014, segundo estimativas da Federação das Associações de Comerciantes de Material de Construção do Paraná (Fecomac-PR). 

O segmento, com o desempenho positivo de março, vai na contramão da economia do País. O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Cláudio Conz, disse que março foi um mês mais longo que fevereiro e não teve o Carnaval. Já o presidente da Fecomac-PR, Selvino Bigolin, explica que o resultado de vendas do Paraná foi influenciado pelo desempenho do agronegócio, especialmente no interior do Estado com a boa safra e os preços dos produtos que subiram no mercado internacional. 

Ele explicou que o resultado do Paraná em março só não atingiu os mesmos 8% do País porque Curitiba não é forte em agronegócio, o que impactou o resultado geral negativamente. 

Entre os segmentos que mais venderam no País em março estão louças sanitárias (6%), seguido de revestimentos cerâmicos (3%), portas e janelas de alumínio (3%), tintas (2%) e metais sanitários (1%). Já a venda de cimentos ficou estável no período. No Paraná, o aumento de vendas contemplou desde materiais brutos como cimento, areia, ferro e tijolo até itens de acabamento, segundo Bigolin. 

O presidente da Fecomac disse ainda que os clientes que mais têm comprado material de construção são empresas dos setores de indústria, comércio e serviços por acreditarem que a fase turbulenta da economia vai passar. Já o consumidor pessoa física tem visto a ampliação e reforma da própria casa como uma opção de investimento para valorizar o imóvel. 

Na loja da rede Leroy Merlin de Londrina, as vendas em março cresceram 20% na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo o diretor da loja, Vicente Ferrer Matias Gouveia. Ele acredita que este desempenho foi possível porque o negócio está amadurecendo na cidade. A loja está entrando no terceiro ano de operação em Londrina. Ele acredita que o atendimento e a variedade de produtos também contribuíram para o resultado. De acordo com ele, houve um aumento de 43% nas vendas de materiais básicos como cimento, areia, pedra e tijolo e de 41% em itens de acabamento. 

No levantamento por regiões, 32% dos lojistas da região Sul apresentaram crescimento, seguidos pelo Norte, Centro-Oeste e Sudeste (com 31% cada) e pela região Sudeste (25%). O levantamento ouviu 530 lojistas das cinco regiões do País, entre os dias 27 e 31 de março. 

PREVISÃO
A previsão da Anamaco é de um crescimento de 6% nas vendas em 2015. No ano passado, o faturamento nacional do segmento atingiu R$ 60 bilhões. O presidente da entidade, Cláudio Conz, disse que apesar da intenção de consumo geral estar em queda no Brasil, o setor de material de construção tem suas próprias características. "Ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil é construído pela autoconstrução. Quase 80% das obras no nosso País são geridas pelo consumidor pessoa física", destacou. Bigolin, da Fecomac, prevê que o Paraná também acompanhe o crescimento de 6% previsto para as vendas no País. 

O presidente da Fecomac lembrou ainda que alguns fatores devem ajudar a alavancar o setor neste ano como a manutenção da desoneração do material de construção, a previsão de dobrar o volume do Construcard (linha de financiamento para a compra de material de construção) e a construção de três milhões de casas dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

Fonte: Folha de Londrina, 02 de abril de 2015.