Mesmo com as tímidas altas na geração de emprego em Londrina, o crescimento nos postos de trabalho em março é bastante representativo em relação ao mesmo período do ano passado: alta de 172%. Enquanto em março de 2014 houve um resultado negativo de 651 cargos – diferença entre número de admissões e desligamentos – este ano foi registrado um saldo positivo de 473 postos de trabalho. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Apesar do aparente otimismo nos resultados, em comparação com fevereiro, março deste ano registrou uma queda de 69,4% no saldo de geração de emprego. Enquanto em fevereiro o número de postos de trabalho gerado na cidade foi de 1.550, no mês seguinte apenas 473 cargos foram criados.

No mês passado, 8.752 pessoas foram contratadas e 8.279 demitidas em Londrina.

“Acredito que é mais próximo à realidade entender o atual cenário econômico se compararmos com o mês anterior. O que vemos, sequentemente, é um cenário ruim, de estagnação, de recessão”, pontua o economista Renato Pianowski.

O economista alerta que os números não contabilizam aqueles que perderam emprego e que ao invés de procurar um novo posto de trabalho, preferem investir em uma especialização ou MBA, por exemplo. “Porque quem não procura emprego, oficialmente não está desempregado.”

Por isso, Pianowski lembra que o saldo da geração de empregos pode ser mais preocupante. “Diante do problema nacional do desemprego, pensar em um saldo positivo de mais de 400 postos em uma cidade de mais de 500 mil habitantes parece bom, mas eu, particularmente, não acredito que estamos em um momento para comemorar. É um momento delicado, de apreensão.”

Ainda entre fevereiro e março, Londrina caiu da primeira para a terceira colocação no ranking de emprego no Estado e ficou atrás de Curitiba e Cascavel, que tiveram saldos de 896 (1º) e 890 (2º), respectivamente. No ranking, aparecem atrás de Londrina os municípios de Pato Branco (4º), Maringá (5º), Telêmaco Borba (6º), Arapongas (7º), Umuarama (8º), Ponta Grossa (9º) e Campo Largo.

Setores

O setor com o melhor desempenho em março em Londrina foi o de Serviços, com saldo de 319 postos de trabalho, seguido do setor de Comércio (219); Agropecuária (33) e Indústria de Transformação (28). Os piores desempenhos ficaram com os setores de Construção Civil, com saldo negativo de 131 postos de trabalho, e Administração Pública, que não admitiu nenhum funcionário, mas demitiu duas pessoas.

Fonte: Jornal de Londrina,  27 de abril de 2015.