Os números do desemprego justificam o clima de instabilidade e pessimismo que atinge a população brasileira no que se refere ao mercado de trabalho.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o País fechou o primeiro trimestre de 2015 com uma taxa de desocupação de 7,9%, o que significa cerca de 8 milhões de pessoas sem emprego.
No Sul do Brasil, esse percentual atinge 5,1% e, em uma projeção estadual, os números mostram uma taxa 5,3%, ou seja, um aumento de 1,3% no Paraná em relação ao mesmo período do ano passado. Com esse cenário, o período de pleno emprego no País está ficando para trás, forçando os brasileiros a se recolocarem no mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa "Procura de Trabalho no Atual Cenário Econômico", realizada pela Catho no mês de março em todo o País, 89% dos 14.235 entrevistados têm muita intenção de buscar uma recolocação. O levantamento também mostra que 33% defendem que os bons resultados disso vão depender muito da área escolhida.
Para o consultor de estratégia empresarial Marcos Morita, que ministra palestras de pensamento estratégico, para ter sucesso nessa nova experiência o primeiro passo é refletir profundamente sobre a carreira. "Empresas, cargos, realizações e eventuais fracassos deverão ser escritos e detalhados. Essas informações possibilitam uma análise sobre qual caminho trilhar, seja um negócio próprio, consultoria ou uma nova recolocação", afirma.
Se a escolha for uma nova recolocação, o próximo passo é ter foco, a começar pela definição da área e segmento. A psicóloga corporativa Elen Gongora Moreira, do Instituto de Psicoterapia e Análise do Comportamento (PsisC) em Londrina, reforça que é preciso fazer uma autoavaliação antes de sair distribuindo currículos.
Ela diz que alguns questionamentos são importantes, como, por exemplo, "em qual empresa gostaria de trabalhar e que tipo de função gostaria de exercer". Em seguida, o caminho é construir um bom currículo, destacando as competências técnicas.
"Vale lembrar que em um momento difícil como esse, os empregadores buscam colaboradores que entrem literalmente pedalando, ou seja, trazendo resultados. A busca é por pessoas mais produtivas e, por isso, é tão importante destacar as qualificações para tal função", aponta Morita.
NETWORKING
O networking também merece dedicação, pois pode ser fundamental para o retorno ao mercado. Morita ressalta que empresas, headhunters e agências de empregos têm utilizado a internet para divulgarem oportunidades e encontrarem candidatos.
"Mapeie as empresas que quer trabalhar e, dentro dela, identifique as pessoas importantes que deve acessar. Vale lembrar que as redes sociais servem como um primeiro contato, mas nada substitui o contato face a face", diz.
A psicóloga Elen salienta que essa é a hora de usar os contatos, pedir indicação. "Muitas vezes uma pessoa indica um colega, o que não é sinônimo de contratação imediata, mas já é uma porta aberta, um caminho para participar de um processo seletivo e fazer com que um empregador se interesse pelo seu trabalho", completa.
Fonte: Folha de Londrina, 25 de maio de 2015.