Liquidez dada pelo governo à construção civil supera R$ 40 bi A liquidez fornecida pelo governo ao setor de construção civil com as medidas tomadas recentemente supera R$ 40 bilhões, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em entrevista em Paris na sede da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo ele, com o dinheiro liberado do FGTS, do Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), entre outros, no total, o apoio para a construção civil “já está mais para o dobro dos R$ 20 bilhões anunciados”. “O importante é que o governo está presente, dando suporte a diversos setores”, acrescentou. Na semana passada, o governo liberou R$ 22,5 bilhões para aquisição de imóveis com a mudança do recolhimento de compulsório para a caderneta de poupança. Outros R$ 4,2 bilhões foram injetados pelo FGTS na linha de financiamento “pró­cotistas”, para aquisição de imóveis de até R$ 400 mil. No caso dos CRIs, antes, os bancos podiam usar esses instrumentos para atender aos critérios de exigibilidade de recursos da poupança direcionados para o crédito imobiliário em geral (imóveis comerciais e residenciais). Agora, para contar na exigibilidade, os CRIs precisam ter lastro em operações de crédito para imóveis residenciais feitas no Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Sobre a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, Levy disse que o governo já esperava uma retração e que agora está trabalhando para haver uma recuperação mais rápida possível. Ele também mencionou o lançamento do Plano Safra, ontem, destacando a importância da agricultura para o crescimento da economia. “O realinhamento de preços tem ajudado alguns setores. Temos visto incipiente resposta de manufaturados exportados. E temos a questão do setor da construção civil em que o governo sem prejuízo da liquidez geral da economia permitiu um fôlego adicional”, acrescentou. Ao ser indagado sobre as projeções da OCDE, de contração de 0,8% na economia brasileira neste ano, Levy observou que a estimativa não se desvia muito do que o mercado tem mencionado.

Fonte: Valor Economico, 08 de junho de 2015.