Cinco rodadas de negociação já realizadas, mas continua em pleno impasse entre os representantes das classes patronal e laboral para definição da Convenção Coletiva 2013/2014 dos trabalhadores da área de Informática e Telecomunicações da Paraíba. A 6ª mesa de negociação está prevista para a próxima quarta-feira (26), a partir das 14h, na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no Centro de João Pessoa.
O motivo do atraso na homologação da convenção do setor, segundo a classe patronal, representada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba (Fecomércio) e pela Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações da Paraíba (Sucesu-PB), que presta auxílio técnico à Federação, em acordos da corporação, tem ocorrido em função da resistência de negociação e estratégias de não comparecimento aos encontros por parte do Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados do Estado da Paraíba (Sindpd-PB). A corporação empresarial conta com cerca de 40 associados.
O presidente do Sucesu-PB, Laércio Alexandrino, que tem acompanhado de perto o processo, revelou que a demora para finalizar a negociação vem acontecendo não em função dos percentuais pleiteados pela categoria obreira, mas sim pela resistência de negociação por parte de seus representantes. Ele inclusive fez uma apelo ao Sindpd-PB, para que não deixe de encaminhar um representante legal ao próximo encontro.
“Respeitamos o papel do sindicato, mas não podemos aceitar esse tipo de estratégia de querer ganhar tempo. Portanto, fazemos um apelo para que eles compareçam ao próximo encontro e da maneira correta. Pois quando não deixam de ir, mandam representantes que não tem poder de representação legal, ou seja, pessoas que não são autorizadas a negociar e avançarmos no processo”, lamentou.
Laércio Alexandrino também reassaltou que a categoria patronal acredita que os percentuais oferecidos aos trabalhadores do setor são condizentes com a realidade inflacionária. “Não entendemos essa resistência, pois os empregadores oferecem uma percentual de 7%, bem próximo ao pleiteador e corrigido pela inflação, de 6,06%”, enfatizou ele.
Já o secretário-geral do Sindpd-PB, Leandro Rodrigues, negou que a categoria obreira esteja usando de estratégia de faltar aos encontros para ganhar tempo nas negociações. Segundo ele, os trabalhadores não concordam nem com os percentuais oferecidos pelos empresários e nem com a redução de benefícios de outros pleitos já conquistados pelos empregados. Atualmente, são cerca de sete mil trabalhadores em suas mais diversas funções.
“Fomos sim aos encontros anteriores, e certamente, teremos um representante legal na próxima rodada. Mas, não pleiteamos 8% de reajuste salarial e a manutenção de todas as clausulas de conquistas que já adquirimos. Não podemos também aceitar que o nosso vale alimentação diário, que hoje corresponde a R$ 7,50 e que pleiteados nessa convenção que chegue a R$ 12, seja reduzido para R$ 4,90, como é o dos trabalhadores do comércio e está proposto pela classe patronal”, argumentou.
A data base da Convenção Coletiva dos trabalhadores da área de Informática e Telecomunicações da Paraíba é 1º de setembro. Atualmente, o piso salarial mensal dos trabalhadores do setor variam entre R$ 2.040 (analista de sistema) e R$ 890 (auxiliar técnico).
Ameaça de greve - Leandro Rodrigues acrescentou ainda que espera que a categoria patronal se sensibilize com o pleito dos trabalhadores e que o mesmo seja homologado na rodada do próximo dia 26, pois caso, mais uma vez não haja avanço a categoria realizará mobilizações e até poderão paralisar suas atividades.
“O que também queremos é uma definição, mas se não acontecer na próxima semana, nos faremos piststops pela cidade para apresentarmos a sociedade nossas reivindicações, podemos ainda até fazer greve, caso seja necessário”, frisou o secretário.
Fonte: Paraíba Total, 25 de março de 2014.