No segundo semestre, aumenta o número de estudantes que focaliza os estudos para tentar o vestibular. Tanto que é nessa época que os cursinhos pré-vestibular abrem os períodos semi-extensivos, que concentram o conteúdo de um ano inteiro em cinco meses. Nesse universo de alunos, há aqueles que podem se dedicar exclusivamente à tarefa. E há quem tenha que se desdobrar para fazer as horas renderem mais. Isso muitas vezes significa dividir o tempo entre trabalho — muitas vezes em tempo integral — e as aulas e exercícios de disciplinas em um terceiro turno (à noite, por exemplo). É possível conciliar ambos?

“Minha resposta é: sim, senhor. A diferença entre quem tenta e quem consegue é uma só: atitude”, diz o professor João Pedro Mateos, que tem mais de 30 anos de experiência na área e leciona química no Curso Positivo há 13 anos. “Aqui nos bancos do Curso nós vemos isso na prática, todos os dias. A missão de trabalhar e estudar para o vestibular é uma missão difícil sim, mas não impossível”. 

Segundo o professor, duas coisas são necessárias para cumprir essa missão: planejamento e conhecimento estratégico de onde se quer chegar.

O planejamento, no caso, passa necessariamente pela harmonização entre trabalho e estudo. Disponibilizar o tempo para essas duas tarefas não significa que fatores pessoais como relacionamentos, lazer e descanso tenham que ser deixados de lado. “O sono, principalmente, precisa ser regular. O cansaço acumulado às vezes dá sinais ao corpo de que algo não está bem: a leitura fica embaralhada, a memória fica enfraquecida e o corpo esgotado”, diz o professor. “O problema é que a prova não é semana que vem, e sim no final do ano. E o débito de descanso, cada vez maior, pode cobrar do aluno na hora errada”.

Mateos compara o ano de um vestibulando à corrida de um maratonista profissional. “Para conseguir completar a prova com sucesso, o corredor tem que dosar corretamente o momento em que corre muito, e o momento em que corre menos para que, na reta final, ele não esteja exausto e consiga finalizar o que se propôs no começo”, exemplificou. 

O professor lembra ainda que que o conhecimento é algo que acontece vagarosamente. “Se o aluno, no fim do ano, fizer uma comparação de quando começou, vai notar que está muito melhor. Está lendo melhor, escrevendo melhor, sabendo e dominando mais conteúdos, pois a absorção de informações acontece lenta e gradativamente”, afirmou.

O professor afirma que esse processo de divisão do tempo não é fácil. Costuma ser dolorido e solitário. “Mas com a confluência dos ingredientes 'vontade, garra e atitude', o 'eu quero fazer' se torna o 'eu fiz'. E a missão aparentemente impossível se torna uma missão mais que possível”, finalizou Mateos.

Fonte: Bem Paraná, 21 de julho de 2015.