‘Costumo dizer que crise tem remédio. Exporta que passa". É com esse otimismo que a consultora Lucimara Trevejo deu tom à conversa no curso "Como se preparar para o mercado internacional", realizado há poucos dias em Londrina. 

O curso integra um programa desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e tem como foco potencializar a atuação das micro, pequenas e médias empresas no mercado internacional. 

Especialista em Internacionalização de Empresas e mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Lucimara acredita que o momento é bastante favorável. "Vivemos hoje um momento de crise generalizada na economia nacional. Todos os setores estão sendo afetados e as projeções são de que ela (crise) deve durar e se intensificar", avalia. 

Na semana passada, a CNI divulgou a pesquisa Sondagem Industrial e revelou que a produção industrial e o número de empregados continuam em queda, levando a indústria fechar negativamente o primeiro semestre, dizimando assim as expectativas de melhora entre os empresários. 

Porém, Lucimara destaca que em sua área de atuação, a internacional, "posso dizer que nunca tive um momento tão bom", comenta. Isso porque, segundo a especialista, uma alternativa para as empresas tem sido justamente buscar oportunidades em outros mercados. 

"Tem oportunidades no exterior para todos os segmentos. O que as empresa precisam é justamente começar esse processo. Para isso, além de se ajustarem internamente é preciso fazer uma boa pesquisa de mercado para identificar onde estão as oportunidades", aponta.

A coordenadora de comércio exterior Raquel Rodrigues Simas, que atua na SL Alimentos, uma das maiores indústrias processadoras de aveia e cevada do País, salienta que o mercado externo é exigente e, portanto, a exportação tem que ter uma boa estratégia. 

Ela participou do curso apesar da empresa já exportar. "Sempre tem algo novo ou uma dica que às vezes passa despercebida internamente. O conteúdo ajuda não só a direcionarmos ações, como também aponta novos caminhos, como o seguro de crédito através do governo, que agora vem como incentivo", completa. PANORAMA DA ECONOMIA
O curso inicia com um panorama geral da economia para mostrar aos participantes como se deu o processo de internacionalização das empresas brasileiras. Também são apresentadas as principais formas de internacionalização, ou seja, as modalidades disponíveis. 

"Em seguida, fazemos uma análise de competitividade, mostrando ferramentas que podem ser utilizadas, além do diagnóstico das empresas, isto é, o que elas precisam ajustar ou adaptar para darem o primeiro passo", detalha. 

Com 24 anos de experiência corporativa, atuando na promoção de produtos brasileiros no exterior e na abertura de novos mercados para as áreas de importação e exportação, Lucimara afirma que no início do processo a orientação é que as empresas busquem algum tipo de auxílio. 

"Pois aquelas que tentam fazer as operações sem essa ajuda, são aquelas que acabam desistindo do processo e aí dizem que exportar é muito complexo e desistem", ressalta, fazendo referência ao Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias. "A gente dá os caminhos gerais e aqueles que sentirem necessidade, podem procurar apoio para questões específicas", completa. 

Fonte: Folha de Londrina, 27 de julho de 2015.