Pressionado pela situação política brasileira o dólar iniciou os negócios cotado a R$ 3,5000, o que representa uma alta de 0,45% em relação ao real. A cotação máxima, até agora, é de R$ 3,5120 e a mínima R$ 3,5050. Ontem, a divisa fechou em R$ 3,488 na compra e a R$ 3,490 na venda, alta de 0,72% ante a moeda brasileira. Esse valor não era atingido no fechamento desde 11 de março de 2003. Na máxima do pregão, a divisa chegou a R$ 3,50, patamar que não era registrado desde os R$ 3,509 do dia 12 de março de 2003. Com os temores em relação ao equilíbrio das contas públicas e o conturbado cenário político no Brasil fizeram o dólar comercial registrar o quinto dia consecutivo de alta.
Para o analista de câmbio da Corretora TOV, Fernando Bergallo, a alta do dólar nos últimos dias está lastreada aos eventos políticos e econômicos dos últimos meses. Segundo ele, a valorização da moeda americana frente ao real poderia estar maior se o Banco Central dos Estados Unidos (FED) sinalizasse com aumento da taxa de juros, o que "felizmente" foi adiado para o ano que vem.
— Essa situação é reflexo de duas crises: política e econômica. O mercado já se antecipa a perda do grau de investimento do Brasil pela agência Standart&Poors e se torna comprador. Entretanto, quando se olha pra frente, há ainda espaço para subir mais a cotação da divisa, caso o FED reverta a decisão de aumento dos juros —, disse Bergallo.
Fonte: O Globo, 06 de agosto de 2015.