Os médicos peritos da Previdência Social entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje em todo o Brasil, o que deve aumentar a paralisação dos serviços nas unidades do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já prejudicados pela greve dos servidores administrativos, que completa 55 dias. 

Segundo a secretária da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Clarissa Coelho Bassin, as gerências do Paraná aderiram à greve e devem manter 30% do atendimento, principalmente para os segurados que necessitam da primeira perícia para cobertura por meio da entrada no auxílio-doença, além do atendimento dos grupos prioritários. 

"Esperamos que a agenda seja reorganizada pelo INSS, pois os médicos não possuem essa autonomia. Além disso, sugerimos que os segurados compareçam nas perícias agendadas mesmo que seja apenas para remarcar uma nova data para garantir o pagamento do benefício até a próxima perícia", explicou. 

De acordo com ela, os médicos reivindicam a reposição de 27% nos salários referente aos últimos cinco anos, quando a categoria recebeu aumento anual abaixo dos índices da inflação. A ANMP também cobra a reestruturação da carreira e afirma que 70% dos requerimentos do INSS passam pelos médicos. "Além das perícias, outras 64 atividades são realizadas pelos profissionais que atendem os ministérios da Previdência, Planejamento, Saúde, Justiça e outros órgãos federais", acrescentou. 

Clarissa ainda lembrou que desde 2011 cerca de 2.500 médicos peritos pediram demissões, sendo que aproximadamente 500 reposições foram realizadas por meio de concursos públicos. "Hoje, a defasagem é de 2 mil profissionais em todo o País. Por isso, reivindicamos novos concursos sem a terceirização dos serviços", afirmou. 

Fonte: Folha de  Londrina, 04 de setembro de 2015.