Dos 20 subsetores econômicos considerados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico é a que mais gerou postos de trabalho neste ano no Paraná. As cerca de 9.500 empresas que exercem essa atividade no Estado fizeram 66.117 admissões e 60.789 demissões de janeiro a julho, gerando um saldo positivo de 5.328 vagas e contribuindo para que o saldo geral permanecesse positivo (850). Apenas outros dois Estados do País contam com este privilégio: Goiás (11.971 vagas) e Mato Grosso (8.423). 

O cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divide a indústria da transformação em 12 subsetores - todos os demais apresentaram saldos negativos. Já o comércio é dividido em dois subsetores, e os serviços, em seis. Depois da indústria alimentícia, o ensino, no setor de serviços, foi o que mais abriu postos de trabalho: 3.654. 

O Caged ainda contabiliza outros cinco setores, que não são subdivididos. Quatro apresentaram saldos positivos: agropecuária, extração vegetal, caça e pesca (4.899); extrativo mineral (24); serviços industriais de utilidade pública (46); e administração pública (561). O quinto, a construção civil, ficou negativo em 1.987 vagas. 

Embora a maior parte da indústria de alimentação se encontre na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e no Norte Central, foram as mesorregiões Oeste e Noroeste, impulsionadas pela avicultura e suinocultura, as responsáveis pela geração de 81% dos empregos do subsetor. A primeira com 2.567 novas vagas e a segunda, com 1.784. 

Duas microrregiões se destacam: Paranavaí (Noroeste) e Toledo (Oeste). Elas criaram respectivamente 1.180 e 1.108 vagas na indústria de produtos alimentícios. 

Graças às microrregiões de Astorga (989) e Maringá (318), o Norte Central teve saldo positivo (914). O resultado teria sido bem melhor se a micro de Londrina não tivesse fechado 478 postos. A microrregião que mais fechou vagas no subsetor foi a da capital (-1.352). 

Economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco José Gouveia de Castro, diz que a indústria alimentícia representa a maior parcela do Valor da Transformação Industrial (VTI) da indústria da transformação no Paraná: 22%. Em segundo lugar, vem o setor automotivo, com 16,7%, e o de derivados de petróleo e combustíveis, 15,9%. 

De acordo com ele, trata-se de uma atividade "muito transversal" e , por isso, sua participação na economia estadual deve ser maior. "O índice não mede quanto da atividade bancária está relacionada ao agronegócio e à agroindústria. Da mesma forma, não mede quanto do transporte e da indústria farmacêutica está relacionada com a atividade", declara. 

No País
Segundo o Caged, em janeiro deste ano, o Paraná tinha 9.518 agroindústrias, o que representava 8% do total de mais de 120 mil empresas deste subsetor no País. São Paulo (26.629), Minas Gerais (16.575), e o Rio Grande do Sul (12.133) contavam com mais empresas. Mas, quando se compara o número de empregos em estoque, o Paraná só perdia para São Paulo. A indústria alimentícia empregava em janeiro 205.328 paranaenses - 10,7% do total do País (1,9 milhão de empregos).

Fonte: Folha de Londrina, 14 de setembro de 2015.