Dia 1º de abril é a oportunidade perfeita para se divertir contando uma mentirinha para os amigos, torcer para que eles caiam na brincadeira e dar boas risadas. A mentira só não vai ‘’colar’’ se for na hora de passar por uma entrevista de emprego, o que pode trazer consequências desastrosas e vexatórias.
No entanto, ainda é comum os entrevistadores ‘’pescarem’’ informações que não combinam com o que está retratado no currículo. A presidente da regional Paraná da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR), Daviane Chemin, disse que hoje as empresas têm um nível de exigência maior para a entrega de resultados, por isso, fica mais difícil esconder algum tipo de informação ou mesmo titulação.
‘’O número de casos de mentiras diminuiu, mas ainda existe’’, disse ela. Daviane alertou que, ao mentir, o candidato ao futuro emprego toca em um valor fundamental para as empresas que é a confiança. ‘’Valores como cooperação, confiança e credibilidade são um diferencial hoje’’, destacou.
Para detectar as mentiras, as entrevistas ganharam um grau de profundidade maior. ‘’É impossível sustentar uma informação se a pessoa não tem histórias reais para contar’’, disse. Segundo ela, atualmente, os entrevistadores não perguntam apenas o que o profissional realizou, mas quais os resultados que obteve.
De acordo com Daviane, entre as mentiras mais comuns estão omitir o tempo de experiência em cada emprego, aumentar ou diminuir o valor do salário do último trabalho, colocar superior completo enquanto ainda está cursando a faculdade, citar o cargo ‘’que a pessoa pensa que exerceu’’ no último emprego por achar que é mais qualificada que na realidade. Além disso, também há mentiras quanto a conhecimento de idiomas e não deixar claro se a pessoa está empregada no momento ou não.
Segundo ela, as mentiras são comuns desde cargos de auxiliar administrativo até diretor. Hoje, é comum fazer mais de uma entrevista, realizar dinâmicas de grupo e também usar métodos de avaliação de perfil ou potencial para selecionar novos funcionários.
"Contratar alguém que não tem o perfil que a empresa quer, traz consequências desastrosas, além do gasto financeiro, e desmotiva os outros trabalhadores’’, disse. Por isso, segundo ela, vale a pena investir na seleção. ‘’Se o candidato tem problemas de valores, não contrate. Já se a questão é técnica, há como qualificar’’, destacou.
A diretora da Potencial Desenvolvimento Humano e coaching, Melissa Camargo Kotovski, disse que a seleção dos candidatos tem ficado mais cara e demorada. ‘’É preciso ter recrutadores mais experientes para captar a mentira’’, disse.
Segundo ela, a mentira geralmente acontece por uma questão de proteção, de defesa. Melissa disse que às vezes, a pessoa se utiliza da mentira por insegurança, por não se sentir preparada para o cargo ou por ter autoestima baixa.
Fonte: Folha de Londrina, 01 de abril de 2014.