Os produtores de borracha em Nova Granada, na região de São José do Rio Preto (SP), estão animados, já que a safra nos seringais do estado, que é o maior produtor do Brasil, começou em agosto e está valorizada por conta da alta do dólar. O preço da matéria prima aumentou em 30% em apenas um ano e, com o crescimento da produção, também foi preciso investir na contratação de trabalhadores, que resolveram trocar a cidade pelo campo.
O preço da borracha no Brasil é cotado em dólar e com a valorização da moeda americana, os salários dos seringueiros também subiram. E quanto maior a quantidade de árvores para cuidar, maior o rendimento, que hoje gira em torno de R$ 1,6 mil por mês.
Nilson é um dos responsáveis pela fazenda em Nova Granada. Com 60 mil árvores em produção, ele contratou sete trabalhadores só em setembro. Depois que é feito o corte, o látex escorre da seringueira e forma a borracha. Em seguida, ela é beneficiada e vendida principalmente para as indústrias de pneus.
Entre os 1.211 trabalhadores contratados nos últimos três meses desse ano estão Igor e Raquel Ferreira. O casal saiu há dois anos do sítio para trabalhar na cidade. Ele conseguiu emprego em uma oficina mecânica e ela em uma lanchonete, mas com a crise e com as contas cada vez mais altas, a dupla não conseguiu manter a estabilidade.
“As coisas estavam aumentando e o salário estava bem baixo. A gente estava passando dificuldades. Quando voltamos para o campo, encontramos um emprego logo de cara. Ficar aqui está rendendo mais que na cidade”, lembra Igor.
A maioria das fazendas oferece moradia de graça e os trabalhadores ficam com 35% da produção. “Atualmente no estado temos em torno de 8 mil trabalhadores focados na exploração da sangria. No entanto, temos plantados em São Paulo cerca de 35 milhões de árvore. Isso significa que, nos próximos 10 anos, teremos mais de 9 mil vagas de emprego geradas”, explica o consultor de mercado, Diogo Esperante.
Fonte: G1, 03 de novembro de 2015.