"Quanto dinheiro você está ganhando?" – a questão do quanto recebemos em salário e bônus está perdendo importância em relação aos ganhos não-financeiros. E esta tendência está exigindo mudanças fundamentais na forma como os gestores de Recursos Humanos desenham as políticas de remuneração e benefícios para atrair e reter talentos. Essas são algumas das conclusões do Relatório de Remuneração e Benefícios, publicado recentemente pelo Top Employers Institute. As descobertas deste relatório têm por base a Pesquisa Global de Melhores Práticas de RH, elaborada a partir de uma amostra de 600 empresas em 96 países.
"Embora o salário ainda seja extremamente importante, itens não financeiros como horários flexíveis, o atendimento às mudanças no estilo de vida, como, por exemplo, a chegada de um bebê, a aprendizagem, o desenvolvimento e o reconhecimento tornaram-se fatores decisivos nas ofertas de emprego e na retenção de talentos. Esta é uma tendência irreversível ", analisa David Plink, CEO do Instituto Top Employers.
Recompensar os funcionários para que eles desejem permanecer na empresa deixou de ser uma simples tarefa administrativa para se tornar uma parte integrante da própria estratégia de RH e um ponto de atenção para a alta administração. Os funcionários cada vez mais consideram o ambiente de trabalho como um fator-chave de diferenciação quando avaliam uma mudança de emprego ou na carreira, mais que salário e bônus somente. Embora isso até certo ponto tenha sempre ocorrido, com grandes diferenças entre os países, agora se tornou um fenômeno de massa em escala global.
Trinta e sete porcento das empresas pesquisadas no mundo já reagiram a essa tendência, usando a abordagem de "plano de cafeteria", na qual um conjunto de benefícios, incentivos e subsídios que compõem a filosofia de Remuneração Total são colocados diante dos empregados, como se fossem um buffet a partir do qual eles podem escolher.
No Brasil, no entanto, apenas 12% dos participantes da pesquisa desenvolveram alguma abordagem no formato ‘plano de cafeteria ". Apesar disso, 96% das empresas brasileiras que participaram da pesquisa têm definida uma política de remuneração e benefícios específicos para seus cargos.
Fonte: Folha de Londrina, 04 de novembro de 2015.