A balança comercial brasileira registrou superavit de US$ 112 milhões em março, o pior resultado para meses de março desde 2001, quando a balança registrou deficit de US$ 276 milhões. As exportações somaram US$ 17,628 bilhões, com média diária de US$ 927,8 milhões. As importações no mês passado totalizaram US$ 17,516 bilhões, com média diária de US$ 921,9 milhões.
Na quarta semana de março, houve um superavit de US$ 279 milhões. E, na última semana, com apenas um dia útil, houve um saldo negativo de US$ 107 milhões. O resultado de março veio dentro das estimativas dos economistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, mas acima da mediana, que era de superavit de US$ 100 milhões. No acumulado do primeiro trimestre de 2014, o saldo ficou negativo em US$ 6,072 bilhões, o pior primeiro trimestre da história. As exportações no ano somam US$ 49,588 bilhões e as importações, US$ 55,660 bilhões.
MÉDIA DIÁRIA
As exportações brasileiras em março registraram uma queda de 4% em relação ao mesmo mês de 2013, pela média diária. Os dados divulgados ontem, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que os manufaturados tiveram queda de 15,3%, puxados por óleos combustíveis, açúcar refinado, motores e geradores elétricos, autopeças e motores para veículos e partes. As vendas externas de semimanufaturados caíram 19,6% em março, pela redução nos embarques de ferro fundido, ouro em forma semimanufaturada, açúcar em bruto, alumínio em bruto e óleo de soja em bruto.
As exportações de produtos básicos, por outro lado, cresceram 9,5% no mês passado comparado a março de 2013. Os maiores incrementos ocorreram nas vendas de bovinos vivos, minério de cobre, soja em grão, farelo de soja, carne suína, carne bovina, café em grão e minério de ferro. As vendas externas para a União Europeia caíram 13,5% no período e, para o Mercosul, a queda foi de 8,3%. Para a Argentina, o Brasil vendeu 10,9% menos que em março do ano passado. Para a Ásia, houve um aumento de 16,5% e, somente para a China, alta de 22,8%. As exportações brasileiras para os Estados Unidos aumentaram 11,8% em março ante março de 2013.
IMPORTAÇÕES
As importações, por sua vez, registram queda em março, pela média diária, de 3,8% em relação a março de 2013. Segundo o MDIC, houve uma retração de 24,5% nas importações de combustíveis e lubrificantes, em função da queda dos preços e das quantidades importadas de petróleo, óleos combustíveis, gás natural, carvão e gasolina. Em fevereiro, foram as compras no mercado externo desses produtos que ajudaram a balança a ter o pior deficit da história para o mês, de US$ 2,125 bilhões.
As importações de bens de capital caíram 2,8% em março, puxado por maquinaria industrial, equipamento móvel de transporte e máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico. As importações de bens de consumo cresceram 1,6% em relação a março de 2013 e de matérias-primas, 1,4%. As importações brasileiras do Mercosul tiveram retração de 12,1% e da Argentina, 12,4%. As compras do Brasil na União Europeia caíram 1%. As importações da Ásia aumentaram 6,1%, sendo que as da China aumentaram 2,1%. As compras no mercado norte-americano subiram 1%.
Fonte: Folha de Londrina, 02 de abril de 2014.