A energia elétrica deverá ter um reajuste maior por conta do novo acionamento das usinas térmicas neste ano, consequência das chuvas escassas, informou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira (3). Ele não citou o percentual do reajuste e nem mesmo quando ele poderá ser aplicado.
"Deveremos ter algum reajuste a maior. Com chuvas escassas, vai passar para o consumidor um pouco do aumento da energia elétrica. Estamos minimizando este problema e o governo federal está colocando imediatamente R$ 4 bilhões [na Conta de Desenvolvimento Energético - CDE] para compensar uma parte do aumento do reajuste. O reajuste vai ocorrer. Será um pouquinho maior, mas não será tão maior. Não vai incorporar todo aumento que seria devido. O governo federal está compartilhando o aumento de custo com o consumidor", declarou Mantega, durante entrevista do programa Bom Dia Ministro, da EBC.
Para compensar os R$ 4 bilhões que estão sendo gastos a mais neste ano para bancar um aumento menor na conta de energia elétrica (além dos R$ 9 bilhões que já estavam anteriormente no orçamento de 2014), e cumprir, mesmo assim, a meta de superávit primário de R$ 99 bilhões (1,9% do PIB) de todo o setor público consolidado em 2014, o governo está lançando mão de aumentos de tributos. Nesta terça-feira (2), foi anunciado o aumento da tributação incidente sobre a cerveja. Segundo a Receita Federal, o setor de cosméticos também pode vir a ser mais taxado no futuro.
Mantega aproveitou a ocasião para reafirmar que a meta de superávit primário deste ano, de 1,9% do PIB para o setor público, será cumprida pelo governo federal. "Neste momento, precisamos manter uma posição clara que vamos cumprir as metas fiscais. Temos de adiar todos os projetos que possam ameaçar o cumprimento desta meta no presente e no futuro", declarou ele, referindo-se ao projeto que tramita no Congresso Nacional que trata do endividamento dos estados e municípios. Ele afimrou que este projeto será, por enquanto, mantido em "suspenso".
Fonte: G1, 02 de abril de 2014.