O ano letivo está chegando ao fim. O que para muitos é uma alegria, para alunos que estão com notas baixas pode ser desesperador. Seja por falta de atenção ou por dificuldade em absorver todo o conteúdo durante as aulas, alguns estudantes chegam ao final do ano com o boletim vermelho. A saída é a recuperação, que não é este bicho de sete cabeças que pais e filhos imaginam.

“Aqui no Brasil, a visão negativa sobre a recuperação é muito forte. Mas ela deve ser encarada como uma oportunidade de melhoria, uma nova chance de aprender aquilo que passou. Cada um tem o seu ritmo e nem todos utilizam as mesmas estratégias cognitivas durante esse processo”, explica Esther Cristina Pereira, psicopedagoga e diretora da Escola Atuação.

Para que o aluno consiga se sair bem, escola e família precisam fazer um esforço conjunto em busca da melhor solução possível. Como o jovem tem necessidade se sentir seguro e acolhido para que a resposta na aprendizagem seja positiva, o momento não pode envolver brigas ou punições. “Todos têm sua parcela de culpa, mas o foco é o estudo. O aluno deve deixar um pouco de lado o lazer e as brincadeiras para rever os conteúdos abordados em sala, pesquisar, fazer atividades, lições e até mesmo participar de grupos de estudos”, conta a psicopedagoga.

Enquanto cabe à família assegurar que o aluno revise e estude as matérias em casa, além de acompanhar todo o processo junto à escola - até mesmo para verificar se ela ofereceu todo o suporte necessário para o estudante, a instituição precisa checar se o aluno ficou em recuperação por falta de comprometimento com os estudos ou se ele possui alguma dificuldade na disciplina. “A escola precisa contar com um atendimento diferenciado para esse jovem e ainda investigar se ele possui alguma dificuldade de  aprendizagem, como dislexia e déficit de atenção, que podem comprometer o rendimento escolar”.

DICAS PARA O REFORÇO

-    Escolha um espaço calmo, tranquilo e longe de distrações para ser o cantinho dos estudos
-    Separe uma hora por dia para revisar os conteúdos
-    Peça ajuda para professores, pais e colegas que têm facilidade com a disciplina
-    Mantenha a calma e se concentre nos estudos. O desespero e a ansiedade só atrapalham
-    Durma bem. Uma boa noite de sono ajuda na memorização e na fixação dos conteúdos
-    Os pais devem apoiar os filhos e organizar sua agenda de estudos
-    No dia a dia, converse com seu filho, pergunte se está tudo bem com ele e com sua rotina. Não pergunte o tempo inteiro como estão os estudos
-    Questione-o sobre como poderá ajudá-lo a estudar
-    Estimule-o a estudar mais com palavras positivas e de incentivo.

-Lembre-o de que ele tem condições de superar as dificuldades
-    Utilize sua experiência pessoal como forma de auxiliar no crescimento do seu filho
-    Fique atento para não faltar afeto neste momento difícil para o seu filho
-    Pesquise a linha de ensino da escola onde seu filho estuda
-    Procure o reforço escolar na mesma linha educacional da escola onde seu filho estuda. Busque indicação sobre os professores e as aulas de reforço. Procure indicação na escola onde seu filho estuda
-    Pesquise preços, mas pese mais a qualidade do ensino oferecido
-    Acompanhe o processo de aprendizado do seu filho
-    Procure ler as tarefas dos filhos e a agenda dele diariamente
-    Verifique se ele acompanha a matéria com brincadeiras de maneira que ele nem perceba que você está fazendo uma espécie de prova
-    Leia livros com ele para despertar a concentração na criança
-    Tente adequar as atividades no período de folga às da escola. Se a criança está estudante sobre relevo, por exemplo, tente ir ao parque mostrar a matéria na prática. Se for matemática, deixe ele somar a conta no restaurante.

Fonte: Bem Paraná, 24 de novembro de 2015.