Com ajuda das vagas temporárias de fim de ano, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país recuou para 7,5% no mês passado. O resultado foi melhor que o registrado em outubro deste ano (7,9%) e foi a primeira queda desde dezembro do ano passado na comparação com o mês anterior. Essa queda foi possível porque o número de pessoas que procuraram emprego e não encontraram foi 4,2% menor do que em outubro, com 80 mil pessoas a menos na fila. 
A população ocupada cresceu em 72 mil pessoas, uma alta de 0,3%. 
Para especialistas, o resultado não indica, entretanto, uma nova tendência no mercado de trabalho. A taxa costuma cair em novembro por causa das contratações temporárias -ou seja, a melhora é fruto de efeito sazonal. 
Isso fica claro pelo perfil dos novos empregados. Os jovens puxaram a melhora. A taxa de desemprego de pessoas de 18 a 24 anos teve queda de 19,5% em outubro para 18% em novembro. 
"A vaga temporária de fim de ano no comércio é o perfil dos jovens. É algo que normalmente vemos começar em outubro, mas que desta vez está se iniciando em novembro", disse Adriana Beringuy, técnica no IBGE. O comércio contratou 28 mil pessoas em novembro em relação a outubro, alta de 0,7%. As contratações foram maiores na indústria, com alta de 1,6% na população ocupada ante outubro, 51 mil pessoas a mais. 
sinais 
Segundo Thiago Xavier, analista da consultoria Tendências, sem o efeito sazonal favorável, a taxa de desemprego teria, na verdade, crescido de 7,9% em outubro para 8,1% em novembro. "Isso significa que o mercado não melhora de fato. Além disso, o movimento de contratação de temporários está menos intenso do que o padrão", disse Xavier. 
Outro sinal de que o movimento é frágil está na comparação anual. A taxa de desemprego está 2,7 pontos percentuais acima do mesmo mês de 2014 (4,8%). É também a maior taxa de desemprego para o mês desde 2008 (7,6%). A população ocupada caiu 3,7% em relação a novembro do ano passado, e os desempregados aumentaram em 53,8% nessa comparação. 
O quadro nessa base de comparação anual não é ainda pior porque a população economicamente ativa recuou 1%, em 217 mil pessoas, o que indica que uma parte das pessoas pode estar simplesmente desistindo de procurar emprego.

Fonte: Folha de Londrina, 18 de dezembro de 2015.