Já são quase dois mil o número de casos confirmados de dengue no Paraná entre agosto de 2015 e 12 de janeiro de 2016. O último boletim técnico sobre a doença foi divulgado hoje à tarde (12 de janeiro) pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que confirmou também a segunda morte por dengue no Estado - os dois óbitos aconteceram em Paranaguá (Litoral). Uma terceira suspeita de morte por dengue, ocorrida anteontem, em Foz do Iguaçu, está sendo investigada. A chefe do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa. Ivana Belmonte, observou que a curva crescente de casos, que normalmente acontece em janeiro, foi antecipada para novembro. Ivana acredita que as chuvas que ocorreram de forma frequente no final do ano passado tenham contribuído para proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, influenciado para o aumento de casos ainda durante a primavera. 

A divulgação de ontem mostrou que o número de confirmações de dengue subiu de 1.726 para 1.956. Dos 399 municípios do Estado, 304 já apresentam notificações - até a semana passada eram 297. Também aumentou de cinco para sete o número de municípios com epidemia de dengue. O novo boletim incluiu as cidades de Mamboré e Cambará, que se juntam a Munhoz de Mello, Santa Isabel do Ivaí, Paranaguá, Itambaracá e Guaraci. A situação de epidemia é verificada considerando o número de casos e o número de habitantes na região em questão. Os municípios com maior número de casos confirmados, independente do critério populacional, são Paranaguá, com 561, seguido de Londrina e Foz do Iguaçu, com 290 casos. 

O secretário da Saúde em exercício, Sezifredo Paz, explicou que o Estado está trabalhando em conjunto com as prefeituras para evitar que esses números não fiquem ainda maiores. "Queremos conscientizar toda a população sobre o perigo da dengue e a importância de evitar a proliferação do Aedes aegypti", disse.Além de transmitir a dengue o Aedes causa também o zika vírus e a febre chikungunya. 

MORTES - As duas mortes por dengue confirmadas no Paraná chamam a atenção para o município de Paranaguá, principalmente porque ele recebe muitos turistas nesta época do ano. A primeira vítima fatal foi uma professora de 25 anos, que faleceu na semana passada. Um taxista da cidade, C.O., de 71 anos, foi a segunda pessoa a morrer por complicações da dengue. Segundo a Sesa, ele manifestou os primeiros sintomas no dia 6 de janeiro, procurou a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas onde foi medicado e liberado após o seu quadro ficar estabilizado. Na noite do dia 7, o taxista piorou e foi internado no Hospital Paranaguá, mas não resistiu e morreu na manhã da última sexta-feira . Segundo a Sesa, a evolução rápida no quadro de dengue ocorreu devido a problemas de cardiopatia apresentado por C. O. - o paciente tinha passado por um procedimento cirúrgico de angioplastia em dezembro. 

Ainda segundo a Sesa, o caso do taxista serve como alerta para que idosos ou pessoas com doenças crônicas que apresentem sintomas de dengue procurem atendimento de saúde o mais breve possível. Essas características fazem com que as chances de evolução para um quadro grave sejam maiores do que em outras pessoas. 

A epidemia de dengue levou a prefeitura de Paranaguá a adiar as comemorações do Carnaval deste ano. A proposta do prefeito Edison Kersten, aceita pela Fundação Municipal de Turismo (Fumtur), e Associação das Escolas de Samba de Paranaguá (Aesp), foi de transferir o desfile e outras atividades para julho, próximo ao aniversário da cidade, comemorado no dia 29. 

OUTRAS AMEAÇAS - O novo boletim epidemiológico divulgado ontem pela Sesa Também traz informações sobre chikungunya e zika vírus. A febre chikungunya segue, assim como na semana passada, com quatro confirmações no Paraná entre julho de 2015 e hoje (12 de janeiro) . Nesse período, surgiram 49 suspeitas da doença e não 105 notificações, como a Sesa havia divulgado anteriormente. 

Quanto ao zika vírus, o Paraná continua sem casos oficiais da doença. Contudo o número de notificações subiu muito em uma semana, passando de 30 para 73. A chefe do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa. Ivana Belmonte, disse que desses 73 casos suspeitos, cerca de 30 pacientes não conseguirão confirmar se tiveram ou não zika vírus, pois eles procuraram atendimento médico após o período adequado para a coleta de sangue para exame laboratorial. Ivana explicou que o exame para identificar o zika vírus deve ser feito até o quinto dia após o aparecimento dos sintomas, febre e vermelhidão pelo corpo. Entre outras palavras, o Paraná pode já ter tido um caso dessa doença, mas que não foi possível identificar oficialmente. "Por isso, o número de confirmações de zika vírus será menor do que de dengue e chikungunya", adiantou a chefe do Centro de Vigilância.

Fonte: Bonde, 13 de janeiro de 2016.