A juíza substituta da 6ª Vara do Trabalho de Londrina, Ariana Camata, bloqueou os maquinários da empresa G Baby Indústria e Comércio de Confecções e Acessórios Ltda. após receber denúncia de que a firma demitiu 162 funcionários na semana passada sem pagar valores referentes à rescisão contratual a nenhum deles. A denúncia foi apresentada à Justiça pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário de Londrina e Região (Sintvest). 

O presidente do sindicato, José Ricardo Leite, contou ao Bonde que os trabalhadores também sofrem com os salários atrasados desde outubro. "Até novembro, os vencimentos foram pagos com atraso e eles ainda esperam pelo pagamento dos vencimentos referentes ao mês de dezembro e da segunda parcela do 13º", contou. 

Atualmente, conforme ele, a empresa conta com cerca de 250 trabalhadores, e novas demissões não estão descartadas. "Por isso que é importante quando a Justiça nos dá garantia de que a empresa terá condições de pagar o que deve aos funcionários", destacou o sindicalista. 

A decisão judicial é do último dia 22, e a empresa tem cinco dias úteis para apresentar defesa. 

Na sentença, a magistrada argumenta que a medida é cautelar. "(...) havendo sérias indicações de que será concretizado número significativo de rescisões contratuais sem o correspondente pagamento e, tratando-se de parcelas de natureza alimentar, ligadas à subsistência, em amparo ao poder geral de cautela previsto no ordenamento jurídico pátrio, declaro a indisponibilidade dos maquinários existentes na sede da reclamada", escreveu a juíza. 

A empresa fica localizada na avenida Winston Churchill, na zona norte. Procurada pelo Bonde na manhã desta quarta-feira (27), a firma informou que um representante entraria em contato para passar a posição sobre a decisão judicial. A reportagem tentou novo contato durante a tarde, mas a pessoa responsável não retornou a ligação. 

Crise 

Conforme o presidente do Sintvest, as empresas de vestuário de Londrina e região enfrentam uma série crise financeira desde o ano passado. Nos últimos meses, segundo ele, pelo menos 800 trabalhadores foram demitidos. "As empresas estão reduzindo os seus quadros de funcionários e até fechando as portas. Entendemos que o momento é complicado, mas o trabalhador não pode pagar por isso", argumentou. 

Fonte: Bonde, 28 de janeiro de 2016.