Para fugir da guerra que assola o país natal, muitos sírios acabam vindo ao Brasil em busca de um recomeço. Mas em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, a vida de seis desses estrangeiros mudou para pior. Nesta quinta-feira (28), dia nacional de combate ao trabalho escravo, seis imigrantes sírios foram flagrados vivendo em um espaço insalubre e inadequado após denúncia de condições análogas de escravidão envolvendo estrangeiros. 

Policiais federais e auditores fiscais do trabalho foram até o alojamento, que funcionava na região central da cidade. De acordo com a PF, os imigrantes estavam acomadados em um pequeno imóvel desde o ano passado. Eles primeiro chegaram em São Paulo, mas se mudaram após receberem o convite para trabalhar no ramo da construção civil.

A empresa envolvida no caso será autuada por não ter registrado os sírios e uma série de outras irregularidades, como não recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as irregularidades constatadas no alojamento. A empresa também será notificada para regularizar a situação dos trabalhadores e do alojamento.

Em entrevista, o chefe da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal, Marcelo Alexandrino de Oliveira, ressaltou que “esse é um crime que atinge não somente a liberdade, mas também a dignidade do indivíduo e é uma das formas mais cruéis de violação dos direitos humanos, por isso seu combate é uma das prioridades para a Polícia Federal”.

No ano de 2015, dez pessoas foram indiciadas pela prática do art. 149 do Código Penal Brasileiro (redução de outro indivíduo à condição análoga a de escravo) no Estado, sendo que tramitam outros Inquéritos Policiais Federais que apuram a prática deste crime. A pena para o crime de redução a condição análoga à de escravo é de reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Fonte: Bem Paraná, 29 de janeiro de 2016.