Uma pesquisa da Serasa mostra que metade dos consumidores não está conseguindo pagar suas contas depois que perdeu o emprego. E tem empresa que não está contratando trabalhadores com dívidas muito altas, apesar de ser contra a lei.

Um guia simples está na internet para quem atravessa um dos momentos mais complicados da vida: o desemprego.  Ele ensina a cortar gastos, economizar na luz, água, renegociar as dívidas e estar pronto para começar tudo de novo.

A ideia surgiu depois que a Serasa notou que metade dos consumidores que procuraram os postos de atendimento da empresa em 2015 ficaram inadimplentes depois de perderem o emprego.

Muitos desempregados que procuram os serviços de proteção ao crédito estão preocupados em sair da lista de restrições, porque acham que com o nome sujo não vão conseguir uma nova vaga no mercado. Mas fazer a consulta com a finalidade de contratar um trabalhador é proibida por lei.

O advogado trabalhista André Luiz Paes de Almeida diz que isso não poderia acontecer. Ele explica que a Justiça entende que a mesma lei - a 9.029 da CLT - que proíbe a aplicação em candidatos a emprego de testes de gravidez e de HIV e que proíbe ainda a escolha de raça, cor e gênero nas contratações serve para esse caso.  


A maior dificuldade, segundo o advogado, é provar que a consulta de restrição ao crédito existiu e a pessoa não foi contratada por isso. “A grande prova na Justiça do Trabalho é a testemunhal. Nesse caso, é muito difícil uma testemunha que poderia comprovar isso. Nós temos muitas decisões na Justiça do Trabalho por prática discriminatória na contratação que gera dano moral em favor do empregado”, afirma Paes de Almeida.

Fonte: G1, 01 de fevereiro de 2016.