Estimativas revelam que 75% dos trabalhadores sonham em mudar de carreira. Mas, com a crise esse número pode ter crescido ainda mais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 53% dos brasileiros atuam em áreas diferentes das quais se formaram. O número que pode ser considerado alto, revela algo bastante interessante: sempre é hora de mudar para uma profissão mais prazerosa. Mas antes, é importante tem em mente que a tecnologia mudou a relação de emprego. “E emprego, como estavámos acostumados a ter, tendem a ficar cada vez mais escassos”, afirma Carlos Sandrini, presidente do Centro Europeu.

Porém, antes de decidir para que área mudar e encarar esse novo desafio, é necessário descobrir os motivos da insatisfação na ativadade desempenhada. Para escolher a nova profissão, Sandrini aconselha a prestar atenção ao desejos pessoal, além de avaliar os interesses, habilidades e gostos pessoais.

Outro passo fundamental antes de mudar é pesquisar o mercado sobre várias áreas de trabalho, as carreiras que podem ser desenvolvidas dentro da área pretendida o ambiente em que quer trabalhar. “Planeje seus próximos passos. Se tiver que fazer algum curso, faça-o”, orienta.

A respeito do ensino, Sandrini chama a atenção para o fato de que nem sempre uma área em ascensão quando um jovem entra na faculdade, necessariamente estará ao fim da formação. Por conta disso, ele ressalta que, a cada ano, cresce a procura por cursos que proporcionem a formação de modo  mais rápido e, ao mesmo tempo, ofereçam ao aluno o leque de possibilidades da área escolhida.

“Como as relações de emprego tem mudado, ganha espaço aquele que, mesmo empregado, mostre ter um perfil empreendedor”, conta. Por isso, é importante, na hora de escolher uma nova área de atuação considerar também aquelas que ofereçam maior liberdade de atuação. “Onde a pessoa possa atuar tanto empregado de uma empresa, quanto à frente de um negócio próprio”, esclarece.

DE ENGENHEIRO A CHEF DE COZINHA E FELIZ
O chef Guilherme Rosso é um bom exemplo do bem que uma guinada na carreira pode causar. Antes de entrar para o mundo da culinária, Rosso passou pelo futebol, administração e engenharia mecânica. Ele conta que aos 19 anos ganhou uma bolsa para jogar futebol nos Estados Unidos, onde cursou administração. Na época, Rosso atuava na categoria juniores do Paraná Clube.

Depois de morar dois anos no Arizona e terminar o curso de business, que não tem equivalência no Brasil, Rosso voltou ao Brasil decidido a investir na área culinária. “Eu estava lá bem na época em que os programas de chefs começaram a fazer sucesso na televisão”, lembra. Já no  Brasil, ele se matriculou no Centro Europeu.

“Eu cursei três anos de UTFPR (Universidade Tecnológica do Paraná), influênciado pelo meu pai, que é engenheiro”, conta. Rosso revela que tentou levar o curso de engenharia com o de culinária, mas ao final do terceiro ano, já empregado na rede Mabu como chef, decidiu optar por investir na carreira de chef. Depois de formado, viajou para a Europa onde trabalhou em dois restaurantes reconhecidos pelo guia Michelan.

De volta ao Brasil, em 2013, junto com a família, Rosso abriu o bar Simples Assim. “Muitos dos objetos usados na decoração do bar vieram dos lugares por onde passei”, conta o chef.

Feliz com a escolha, Rosso conta que pretende contratar um cozinheiro para ajudá-lo na cozinha, de onde não pretende sair. “Mas vou ter mais tempo para atuar na administração do bar”, diz.

Fonte: Bem Paraná, 08 de março de 2016.