Apesar da taxa de desemprego no Brasil ter chegado a 9%, segundo pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em novembro do ano passado, para a parcela da população acima dos 50 anos os dados mostram um outro cenário. O mercado teve um aumento de 3,2% na oferta de emprego.
Mesmo diante desse quadro animador, a realidade brasileira demonstra que as vagas disponíveis para a terceira idade ainda não são suficientes para atender a demanda. No final de 2015, dos 6,6 milhões de idosos economicamente ativos, 170 mil estavam em busca de uma vaga.
Este índice de desemprego é significativo para a economia já que quase um quarto dos lares brasileiros é provido por uma pessoa com mais de 60 anos. E a tendência é que este panorama cresça ainda mais em virtude da crise econômica, porque os idosos se deparam com a necessidade de proporcionar assistência financeira aos parentes que perderam o emprego.
O economista e professor de Administração André Luiz Sada, de 69 anos, retrata bem o perfil do aposentado brasileiro. Ele começou a trabalhar aos 15 anos, aposentou-se cedo, mas manteve-se no mercado para complementar a renda e criar os três filhos.
O economista construiu uma sólida carreira como executivo em empresas públicas e privadas por 45 anos e, posteriormente, lecionou por mais de 10 anos em uma das mais conceituadas faculdades de Curitiba e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Mas mesmo sendo um profissional tão preparado, sentiu dificuldade para se recolocar no mercado após perder o emprego no ano passado: "Após 45 anos tive de me esforçar mais na procura de oportunidade, sem perder o vigor", conta. Após seis meses em busca de recolocação, ele acaba de iniciar uma nova carreira na prefeitura de São José dos Pinhais e, ao olhar pelas dificuldades que enfrentou, afirma: "É importante tirar o "s" da "crise" e transformar em "crie"".
O que fazer para voltar ao mercado de trabalho
Cinco atitudes que o idoso pode e deve ter para facilitar sua reinserção no mercado de trabalho:
1 Conheça suas Potencialidades
Reconhecer-se como parte do mundo do trabalho é fundamental, a despeito da idade ou aposentadoria. É importante desenvolver o sentimento de pertencimento, trabalhar a questão do marketing pessoal, autoestima, segurança e crença em si mesmo.
2 Valorize sua Trajetória
É muito importante perceber que a experiência acumulada ao longo da vida pode contribuir com a sociedade e refletir de que forma fazer isso. Não despreze a sua bagagem profissional, a empresas valorizam pessoas que possam transmitir ensinamentos para os mais jovens.
3 Use o tempo livre a seu favor
Entenda que seu tempo é mais flexível e use esta disponibilidade para desenvolver ou aprimorar habilidades. A busca por capacitação é algo intrínseco no processo de recolocação, aposte no seu desenvolvimento e esteja aberto a novos conhecimentos. Inscreva-se em cursos de graduação, pós-graduação, informática, idiomas, artesanato, culinária, entre tantos outros. O importante é aprender e manter-se atualizado!
4 Comunique-se
Seu espaço é muito importante, seja em sua residência, ou empresa, porém, novos contatos são necessários É uma oportunidade de fazer negócios ou criar um grupo de amigos. A troca com o outro proporciona o alargamento do nosso conhecimento e cria novas oportunidades, sempre alguém tem algo a acrescentar e nós temos algo para aprender.
5 Consciência
Quando o idoso percebe que pode contribuir com o mercado de trabalho, mesmo depois da aposentadoria, ele encontra nova motivação e propósito o que permite olhar para si mesmo de forma mais positiva, atitude que o transforma em um novo profissional, uma pessoa mais segura e feliz.
Fonte: Bem Paraná, 15 de março de 2016.