Os três primeiros meses do ano são os melhores para quem busca um vaga como aprendiz. Segundo Rafael Oliveira, coordenador de filial do Centro de Desenvolvimento Profissional (Cedep), os dois segmentos que mais contratam jovem aprendiz atualmente são Indústria e Varejo. Por lei, empresas de médio e grande porte são obrigadas a ter entre 5% e 15% da mão de obra composta por aprendizes — jovens de 14 a 24 anos incompletos. Entre elas, as grandes empresas de vendas costumam ser o berço das oportunidades que esses jovens encontram.
“Em uma rede de supermercados o jovem aprendiz entra no posto inicial etiquetando ou embalando produtos, depois vai para a área administrativa conhecer o funcionamento da empresa, para finanças aprender contabilidade e assim por diante”, explica Oliveira.
Para quem está em busca do primeiro emprego, a recomendação do especialista é demonstrar interesse em começar a trabalhar. “Nenhum tipo de experiência prévia deve ser exigido dos candidatos a vagas de jovem aprendiz, mas as empresas esperam que tenham muita energia para empenhar nas tarefas propostas”, afirma.
Oliveira ressalta em uma alusão ao futebol diz que, hoje em dia, não basta o jovem vestir a camisa da empresa apenas nas finais, é preciso que ele tenha essa postura também nos amistosos. Ou seja, não adianta querer fazer bonito só quando o gestor estiver olhando ou em uma reunião com gente importante. “É preciso incorporar essa forma de ser na rotina corporativa”, afirma.
Também é importante demonstrar aptidão para trabalhar em equipe e ouvir – mais do que falar. “Saber escutar e respeitar os gestores é um sinal importante de maturidade”, ressalta. Essa habilidade é observada desde o processo seletivo, especialmente nas dinâmicas de grupo, em que a capacidade de o candidato trabalhar com os colegas vale ouro. Além dessas características, a parte de conteúdo do processo seletivo testa os conhecimentos gerais dos candidatos, além do seu domínio da língua portuguesa e da matemática, especialmente o raciocínio lógico.
Dicas para um bom curriculo de jovem aprendiz
- Coloque sua escolaridade de forma correta e atualizada. Isso significa especificar o nome da sua instituição de ensino, o curso que você faz, o ano ou semestre que está cursando e o total de anos ou semestres do curso.
- Preste muita atenção em erros de português. “Nenhuma empresa quer chamar um jovem aprendiz que não sabe escrever corretamente”, diz ela. Em caso de dúvida, consulte um dicionário, uma gramática ou até mesmo o seu professor.
- Insira informações sobre cursos complementares que você tenha feito. Nome, data e um pequeno resumo vão muito bem. Fez um curso rápido de informática? Vale colocar. Estudou algum idioma? Mesmo que seu conhecimento esteja no nível básico, ele pode contar pontos.
- As palestras que você assistiu também são importantes. Descreva quais foram elas, quando ocorreram e, se for o caso, que tipo de conhecimento elas trouxeram para sua vida. “Vale a pena destacar até eventos que a sua instituição de ensino realizou e você participou, como uma semana de apresentações sobre mercado de trabalho e processos seletivos”, diz Eva. “Tudo isso demonstra que você será um jovem aprendiz focado em se desenvolver profissionalmente.”
- Cursos online também são válidos. Se você fez cursos a distância sobre currículo, administração de tempo, marketing pessoal, por exemplo, tudo isso pode entrar no currículo. Se você aprendeu a programar com um tutorial do YouTube, essa informação também pode ser valiosa porque demonstra seu interesse e sua capacidade de ir atrás do que quer.
- Atividades complementares também são importantes. Se você criou uma empresa na escola ou se faz um trabalho voluntário, lembre-se de contar tudo isso no currículo. “Todas essas iniciativas demonstram que você se empenhou, trabalhou em equipe, buscou uma solução para algum desafio”, explica Eva. “Quando você coloca essas informações de forma clara e objetiva, demonstrando as habilidades que desenvolveu, certamente seu currículo se torna mais atrativo”, afirma.
- Corra atrás do tempo perdido. Se mesmo com todas essas dicas você não encontrou nada interessante para destacar no seu currículo, a recomendação é correr atrás do tempo perdido. Saia de casa e busque alguma boa história para contar.
Fonte: Bem Paraná, 22 de março de 2016.