Empresários, trabalhadores e representantes de universidades, que compõem o arranjo produtivo local de ferramentaria do ABC paulista, reuniram-se ontem (6) para discutir ideias para um novo programa ampliado e aprimorado, o Inovar Auto 2. Em entrevista à repórterVanessa Nakasato, da TVT, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC José Roberto Nogueira, o Bigodinho, diz que os trabalhadores não querem tardar a discussão sobre o projeto. "Já estamos debatendo algumas ações, que já estão escritas no regime automotivo e precisamos regulamentar e criar algo para ajudar na fiscalização desse regime."
Criado em 2013 pelo governo Dilma Rousseff, o Inovar Auto surgiu para aumentar a competitividade da indústria automobilística brasileira e melhorar a eficiência e segurança dos veículos. O programa, que vai até março de 2017, prevê desconto de até 30% no imposto sobre o produto industrializado para as empresas que investem em pesquisa, engenharia e desenvolvimento tecnológico de carros produzidos no Brasil.
O coordenador do Arranjo Produtivo Local do ABC, Carlos Manuel, considera que a indústria de ferramentaria é um dos setores mais importantes contemplados nessa cadeia, mas observa que existem deficiências que devem ser corrigidas, principalmente, a proteção da indústria nacional. "O país que não tem ferramentaria torna-se um país que só monta automóvel, e quando isso acontece você não agrega a tecnologia, não retém conhecimento e não produz inovação."
"Vamos ser um montador ou um construtor de veículos? Nós queremos fábricas no país que possuam projetos", acrescenta Bigodinho.
Muitas empresas e montadoras ainda importam peças usando o chamado regime ex-tarifário – uma redução temporária do Imposto de Importação – para pagar 2% e não até 30% em produtos não fabricados no Brasil. Entretanto, muitos driblam a regra e compram de fora o que é produzido aqui.
A inovação tecnológica também foi discutida como ponto vital para o fortalecimento da ferramentaria. Hoje, há 480 empresas no ABC e 3 mil no Brasil, que empregam 380 mil trabalhadores.
Fonte: Rede Brasil Atual, 11 de abril de 2016.