Aprenda a dizer não para mais horas de trabalho. Passar muito tempo trabalhando não é algo necessariamente positivo e, se passar da medida, pode ser ruim não apenas para você, mas também para a empresa na qual você trabalha. Segundo pesquisadores, ultrapassar as 40 horas semanais pode afetar sua saúde e produção, além de possivelmente prejudicar seus relacionamentos pessoais.

Tom Popomaronis, fundador e CEO do OpiaTalk, em artigo para a revistaInc., listou os principais pontos detalhados pelo estudo sobre os impactos de muitas horas de serviço do Centro de Prevenção e Controle do Doenças dos Estados Unidos (da sigla CDC, Center for Disease Control and Prevention).

O que diz a pesquisa

Os pesquisadores observaram os efeitos mentais, físicos, sociais e emocionais em profissionais que trabalharam além das 40 horas semanais. Eis aqui algumas conclusões:

- Trabalhar mais de 10 horas por dia é associado com um aumento de 60% do risco de doenças cardiovasculares

- 10% daqueles que trabalham entre 50 e 60 horas semanais dizem ter problemas de relacionamento. O índice salta para 30% em pessoas que trabalham mais de 60 horas por semana

- Trabalhar mais de 40 horas semanais está ligado a um aumento no consumo de álcool e tabaco, além de indicar aumento de peso nos homens e nos índices de depressão nas mulheres

- Pouco serviço produtivo ocorre depois de 50 horas em uma semana

- Em indústrias de manufatura, um aumento de 10% nas horas extras diminui em 2,4% a produtividade

- Em escritórios, a produtividade chega a cair 25% se os funcionários trabalham mais de 60 horas semanais

- Em empresas com um regime "normal" de horas extras, apenas 23% apresentaram índice de faltas acima dos 9%. Já nas companhias com altos níveis de horas extras, 54% registraram índice de faltas acima de 9%

- Pessoas que trabalham mais de 11 horas extras por semana exibem um elevado risco de depressão

- Os índices de lesão aumentam conforme as horas extras crescem. Aqueles que trabalham mais de 60 horas por semana apresentam 23% mais chance de sofrerem lesões físicas

- Em empresas com 8,7% de horas extras entre os funcionários, o estudo não encontrou problemas relacionados à fadiga. Quando o índice de horas extras chega a 12,4%, problemas relacionados ao cansaço eram minoritários. Com as horas extras chegando a 15,4%, o risco de fadiga tornou-se severo

- Vários dos problemas citados também estão relacionados ao estresse, que está ligado ao equilíbrio hormonal. O estresse aumenta o cortisol, o que pode afetar sono, apetite, pressão sanguínea, sistema imunológico, memória, humor e outros fatores

Portanto, não crie o hábito de trabalhar mais de 50 horas semanais se você valoriza sua saúde, alegria e vida pessoal. Assim falaram os pesquisadores.

Fonte: Época Negócios, 17 de maio de 2016.