Ausente das reuniões com o governo para debater reformas na Previdência, que começam nesta quarta (18), a maior central sindical do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), se reúne com outras centrais nesta sexta (20). Elas vão definir uma pauta conjunta de reivindicações e as medidas que devem adotar para garanti­las. Ligada ao PT e representando cerca de 26 milhões de trabalhadores em 3.960 sindicatos, a CUT se recusa a negociar com o governo do presidente interino Michel Temer. Na reunião de sexta, estarão também a Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade ­ SP), a Nova Central dos Sindicatos dos Trabalhadores (NCST), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB). As duas primeiras declaram representar mais de 10 milhões de trabalhadores e as restantes, 8 milhões. Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, já existe um Fórum das Centrais que tem como missão discutir propostas e as medidas impostas pelo governo.
"Na questão da Previdência, por exemplo, não apoiamos uma reforma que institua a idade mínima. Essa proposta já foi feita pela presidente Dilma Rousseff e não concordamos com ela." DISSONÂNCIAS João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário­geral da Força Sindical (que reúne 1.593 sindicatos), disse que vai combater a ideia de elevar a arrecadação para cobrir o deficit da Previdência. "Somos contra instituir a idade mínima para a aposentaria. Há alternativas para resolver essa questão, como a legalização do jogo no país." Já o presidente da UGT (1.352 sindicatos), Ricardo Patah, defende a destinação da CPMF para a Previdência. "Seria uma verba carimbada, e viria junto com a extinção da Cofins." Para o presidente da CTB (1.200 sindicatos), Adilson Araújo, "a primeira coisa a fazer é uma auditoria para saber se é a Previdência é realmente deficitária." ­ APOSENTADORIA NO PRESENTE E ADIANTE 1 Como ficou a Previdência no governo Temer? > O INSS foi transferido para o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário > Outros órgãos da Previdência, que teve a palavra "Social" retirada, ficarão sob o comando do Ministério da Fazenda 2 Quais os próximos passos? > Centrais sindicais e governo começam a debater nesta quarta (18) > Grupo terá 30 dias para desenvolver uma proposta 3 Quais as propostas em discussão? > idade mínima para aposentadoria do setor privado (no setor público, já existe)
> governo estuda regra de transição para quem já está no mercado de trabalho > sindicalistas defendem que mudanças sejam apenas para novos trabalhadores.

 

Fonte: Folha S.Paulo, 18 de maio de 2016.