As conversas sobre as reformas trabalhistas e previdenciária ainda estão no início, mas já causam alvoroço entre sindicatos, centrais sindicais e representantes de empresários. Pela parte do trabalhador, não há espaço para perda de direitos já adquiridos. Do lado do empresariado, a conversa é de ampliar a massa empregada desde que haja modernização das leis, sem perdas aos trabalhadores. A primeira reunião do grupo de trabalho sobre o assunto se reunirá amanhã, em Brasília. A proposta do presidente interino Michel Temer é de restringir as negociações coletivas à redução de jornada e de salários. Acordos relativos às normas de segurança e saúde dos trabalhadores devem Öcar de fora. Assim, FGTS, férias, Previdência, 13° salário, licençamaternidade, entre outros benefícios, seriam passíveis de ×exibilização, sem, no entanto, explicar a forma. Segundo o diretor-titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Jundiaí, Mauritius Reisky, a reforma não pode afetar direitos adquiridos de trabalhadores. “O foco da discussão deve ser entre o custo que o empresário tem com o funcionário e o que realmente o funcionário leva para casa, como salário.

líquido. Hoje, o trabalhador tem um salário ‘x’, porém leva para casa ‘x-30%’. O empregador, no entanto, paga além do salário, mais 105% em tributos. Essa diferença é que deve ser analisada e reformulada. O trabalhador Öca descontente e o empresário desestimulado em contratar. É preciso modernizar. A terceirização não deve ocorrer nas atividades-Öm”, detalha. Trabalhador - O presidente do Sincomerciários, Milton de Araújo aÖrma que não serão aceitas mudanças. “O governo anterior já fez muita sujeira. Mudanças trabalhistas são péssimas para o trabalhador. Nenhuma ×exibilização será aceita”, sentencia. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, Eliseu Silva Costa, o formato de terceirização que tramita no Congresso gera precarização. “Não podemos permitir que a atividade-Öm de uma empresa seja alterada. A precarização começa no fato de que o trabalhador passará a ter um patrão responsável pela prestadora de serviços, e o outro pela empresa”, comenta. O interesse do empresariado, segundo o Sindicato dos Alimentícios de Jundiaí, Edilson de Carvalho, é reduzir a folha de pagamento. “A terceirização afeta diretamente o chão de fábrica”, lamenta. 

Fonte: JJ, 24 de maio de 2016.