Os últimos dias no Paraná foram de frio, muito frio, e com geadas no começo da manhã. Ao mesmo tempo, as chuvas, até então recorrentes, cessaram. E agora o Estado se vê em uma situação perigosa, com risco de aumento no número de incêndios ambientais. É que a combinação de baixas temperaturas, geadas e estiagem prolongada costuma ser “explosiva”. Ou melhor dizendo, incendiária.

É que a ocorrência de geadas costuma deixar os campos secos, o que facilita a propagação de chamas. Com os períodos de seca, fica ainda mais difícil o controle de incêndios. Para piorar, parte da população costuma se descuidar, fazendo queimadas para limpar terrenos e jogando lixo onde não deve. Uma mistura perigosa.

“É comum depois das geadas termos um aumento nas ocorrências de incêndio. Geralmente acontece aliado a um período de estiagem, com a vegetação mais seca. O que orientamos é o maior cuidado nessa fase de geadas com estiagem, porque daí o fogo tende a se propagar mais rápido”, explica o major Rafael Lorenzetto, do Corpo de Bombeiros.

Em 2016, de acordo com dados do próprio bombeiros, o Paraná tem registrado uma média de 23 incêndios ambientais por dia. Até ontem, haviam sido 3.831 casos, 40,% acima do mesmo período do ano passado, quando os bombeiros atenderam 2.726 ocorrências no Estado. 

Um dos últimos episódios, inclusive, foi o registrado ontem no bairro Guarituba, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. E nos próximos dias a situação pode ficar ainda mais perigosa.

Segundo dados do Simepar, desde a última quarta-feira o Paraná vem registrando todos os dias geadas, com a região Sul sendo a mais afetada. Já Curitiba registra o fenômeno seguidamente desde sexta-feira. Por outro lado, o período sem chuvas, tanto no estado como na Capital, se estende desde o dia 6 de junho, e a previsão é de que São Pedro não abra as torneiras do céu ao menos até sexta-feira na Capital. Por isso, as autoridades pedem a ajuda da sociedade para evitar ainda mais problemas.

“Muita gente coloca fogo para limpeza achando que vai solucionar, mas acaba é provocando outros problemas. Tem incômodo para os vizinhos, problema alérgico, de intoxicação. Com a estiagem, também têm muitas ocorrências na beira de estradas, que costumam provocar acidentes pela fumaça avançar e invadir a pista. E muitas dessas situação é falta de cuidado — lixo jogado errado, pequenas fogueiras em lugares indevidos”, finaliza o major Lorenzetto.

Incêndios ambientais

2016: 3.831
2015: 2.726
2014: 2.502
2013: 2.970
2012: 2.995

Fonte: Bem Paraná, 14 de junho de 2016.