Quem nunca trabalhou em uma empresa cujo chefe, ou superior direto, era tão difícil de lidar que tornava a relação profissional impraticável? Quase todo mundo certamente tem alguma história com esse enredo para contar, e, de acordo com Peter Economy, uma relação complicada com um chefe “do mal” é a principal razão pelas quais as pessoas abandonam seus empregos. O autor de mais de 85 livros de gerenciamento e liderança já vendeu mais de dois milhões de cópias de suas obras e sabe do que está falando: ele diz que líderes difíceis de lidar não somente causam dificuldades de relacionamento entre a equipe, como acabam sendo responsáveis por problemas como excesso de faltas e atrasos de funcionários, por exemplo. Mas e aí, como deixar as coisas mais amenas no ambiente de trabalho quando o problema em questão é o próprio chefe? Bom, em primeiro lugar é preciso analisar algumas coisas para ter certeza de que a causa dessa relação conturbada é, de fato, seu superior: Perseguições: Uma das coisas que chefes “malvados” costumam fazer é “stalkear”, ou perseguir seus funcionários. Por exemplo, quando o superior se posiciona atrás do subordinado para observar o que está rolando em seu monitor, ou ainda quando ele fica de olho no que os funcionários publicam em redes sociais, mesmo fora do horário de trabalho. Favoritismo: Pode ser que aquele colega seja o favorito do chefe por apresentar uma produção melhor, ou ainda por fazer parte da equipe há mais tempo, mas seu chefe não faz questão de disfarçar que favorece um determinado membro da equipe, direcionando a ele as melhores oportunidades dentro da empresa? Se esse for o caso, pode ser que seja mais um caso desse tipo de chefe! Reuniões desnecessárias: Muitas vezes, agendar reuniões presenciais é absolutamente necessário nos mais diversos tipos de companhia. No entanto, por vezes marcar reuniões se torna um hábito, fazendo todos os participantes perderem seu tempo precioso com uma ocasião que poderia ser feita de outra forma - como por Skype ou e-mail, por exemplo. Chefes “do mal” costumam agendar reuniões desnecessariamente, inclusive no final do expediente de sexta-feira, mantendo os funcionários no ambiente de trabalho além do devido. Não faz nada: Aquele chefe que não tem a menor ideia de como fazer o trabalho e conta com empregados para garantir que tudo seja feito corretamente, mas não dá a devida valorização aos funcionários, certamente faz parte dessa categoria! Níveis elevados de estresse: Poucos chefes amedrontam mais seus funcionários do que aqueles que estão sempre “cuspindo fogo” de tanto estresse. Conversas inapropriadas: Também entram nesta categoria os chefes que, em uma tentativa indevida de aproximação com o subordinado, passam a conversar sobre assuntos íntimos indelicadamente. Está sempre certo: Outro tipo de chefe ruim é aquele que está sempre certo, mesmo que tenha feito a coisa errada. Normalmente, esse tipo de superior acaba despejando a culpa de suas falhas em seus funcionários. Indecisões: Um tipo bastante difícil de líder é aquele que muda de ideia sobre o andamento de um trabalho a todo momento. Pela manhã a instrução é “x”, e após o almoço pode ser que ele tenha mudado completamente de ideia e o funcionário precise refazer todo o trabalho. Eventualmente projetos precisam ter seu direcionamento alterado, mas quando o chefe toma essas decisões com frequência, pode ser que seja mais um caso de chefe difícil de lidar. Inflexível: Poucas coisas são mais complicadas no ambiente de trabalho do que lidar com um chefe inflexível, que não aceita mudar de visão ou opinião mesmo que seu funcionário esteja mostrando dados suficientes para mostrar que há um caminho melhor a seguir. Incentivo zero: Bons líderes precisam estar sempre incentivando sua equipe e são diversos os artifícios que podem ser usados para tal. No entanto, há aqueles chefes que nunca ou raramente sequer fazem um elogio a um trabalho bem-executado, e isso pode ser extremamente desmotivador.
Se seu chefe se encaixa em alguns dos itens acima, pode ser mesmo que você esteja lidando com um superior “carne de pescoço”, e pode ser que a melhor solução seja migrar para um ambiente mais leve. Mas antes de decidir abandonar o barco e procurar trabalho em outra empresa, Peter Economy dá algumas dicas de como trabalhar melhor com esses tipos de chefes difíceis: Não se torne tão insuportável quanto ele: De nada adiantará o funcionário absorver a personalidade complicada do chefe e “bater de frente”. Na verdade, além de piorar ainda mais o entrosamento da equipe, o chefe tem poderes para demiti-lo. Se a situação estiver realmente insustentável, vale a pena conversar em sigilo com o profissional de recursos humanos da companhia. Não se cale: Por mais medo que a postura carrancuda de seu chefe cause, se calar significa “engolir sapos” diários e uma hora a situação ficará tão insuportável que é capaz de você “surtar” - e ninguém quer que isso aconteça. Uma conversa polida e honesta com o superior pode não resolver a situação, mas certamente ajudará a colocar para fora tudo o que estiver entalado na garganta! Alivie o estresse: Se o funcionário está estressado no ambiente de trabalho, que dirá seu chefe, que é responsável pelo andamento do trabalho de toda a equipe. Portanto, é fundamental arrumar válvulas de escape para direcionar esse nervosismo todo. Além de atividades solo, como exercícios físicos e meditação, é possível propor atividades em conjunto no ambiente de trabalho. Independa-se: Pelo menos no que diz respeito à origem de suas motivações. Se as atitudes e posturas do chefe são as únicas fontes de motivação ou desmotivação no ambiente de trabalho, você será bastante beneficiado se encontrar outras fontes de inspiração para fazer um bom trabalho. Aprenda com erros: Podem ser os seus erros, dos colegas ou do próprio chefe… De todas as situações, positivas ou negativas, devemos tirar lições para crescermos pessoal e profissionalmente. E observar onde o superior está errado o ajudará (e muito) a não cometer as mesmas falhas em outros momentos de sua carreira.
Fonte: Canal Tech, 16 de junho de 2016.