Os problemas crônicos de saúde com maior incidência na população brasileira, como a hipertensão arterial, o colesterol alto e as dores nas costas, são mais frequentes entre as pessoas empregadas do que entre aqueles sem ocupação. A constatação está na quarta etapa da “Pesquisa Nacional de Saúde”, divulgada nessa quinta (30) pelo IBGE.

O levantamento, realizado entre pessoas com 18 anos ou mais, separou os entrevistados em três categorias: ocupados, desocupados e fora da força de trabalho.

De acordo com a pesquisa, 15,7% das pessoas com emprego têm hipertensão arterial, quase o dobro registrado entre os desempregados (8,2%). Já as dores crônicas nas costas, que constituem um dos principais motivos para ausências no trabalho, afligem 16,3% dos brasileiros ocupados e 12,2% dos desocupados, segundo a pesquisa. Além disso, 10,1% dos ocupados e 7,1% dos desocupados afirmaram ter taxas altas de colesterol.

Os mesmos índices sobem significativamente quando se trata do grupo de pessoas fora da força de trabalho, formado majoritariamente por idosos, mas também por estudantes e outras pessoas que não estão em busca de emprego. Nessa parte da população, 32,6% sofrem de hipertensão, enquanto 17,4% têm colesterol alto e 22,8% relatam dores nas costas constantes.

De acordo com a gerente de pesquisas domiciliares do IGBE Maria Lúcia Vieira, ocupados e desocupados ouvidos durante a consulta têm a mesma faixa etária, mas as diferenças entre eles no que diz respeito a esses índices de bem-estar levam a crer que as pessoas empregadas cuidam menos da própria saúde. Um desleixo que pode estar associado ao estresse diário.

“Esse índice pode estar associado à correria do dia a dia, ao estresse e à diminuição da atividade física, já que não vemos diferença na qualidade da alimentação entre ambas as camadas da população”, explica Maria Lúcia.

Depressão

IBGE. O instituto pesquisou pela 1ª vez a ocorrência de depressão na população. Uma em cada dez pessoas fora da força de trabalho sofre com a doença. Entre os ocupados e desocupados, esse índice é, respectivamente, de 6,2% e 7,5%.

Fointe: O Tempo, 01 de julho de 2016.