Na tentativa de se desvendar se uma pessoa está bem de saúde, é muito comum apenas olharmos o aspecto físico — se a pessoa está em forma, se está corada, etc. Nem sempre, porém, o corpo dá sinais de que algo não vai bem. Uma parte das doenças, como diabetes, aids e hepatite, normalmente não mandam recados e a pessoa só vai descobri-la quando já pode ser tarde demais. Mas esses males, chamados de doenças invisíveis, se descobertos no início, têm grandes chances de sucesso no tratamento.

Segundo o responsável técnico do Laboratório de Análises Clínicas (Lanac), Marcos Kozlowski, é importante consultar o médico com frequência e realizar os exames de rotina. Existem exames e pedidos que não podem esperar uma dor ou desconforto para serem feitos. O problema, porém, é que a cultura da prevenção ainda é incipiente no país.

“O brasileiro, infelizmente, não tem o hábito de realizar exames de prevenção. O brasileiro ainda tem o péssimo hábito de só ir quando aparecem sintomas”, afirma o especialista. “Em outros países, comos os Estados Unidos, há cultura de prevenção, com investimentos muito maiores por parte do governo e até das operadoras de saúde. No Brasil, tanto os planos (de saúde) como o próprio governo não fazem o investimento que deveriam fazer em prevenção, procuram tratar somente as pessoas doentes”, critica.

De acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, estima-se que 530 mil pessoas vivam com HIV/Aids no país, sendo que 135 mil delas não sabem que portam o vírus ou nunca fizeram o teste. Além disso, o Fundo Mundial para a Hepatite estima que cerca de 500 milhões de pessoas no mundo estão infectadas com os vírus para hepatite B e C, e apenas 5% delas sabem que tem a doença. No Brasil, existem cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas pela hepatite C, doença responsável por 70% das hepatites crônicas e 40% dos casos de cirrose.

O ideal, segundo aponta Myrna Campagnoli, diretora médica do laboratório Frischmann Aisengart, o ideal é que um adulto realize, em condições normais, o chek-up a cada dois anos, de forma a identificar a presença de fatores de risco para doenças a presença dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão, cálculo renal e doenças sexualmente transmissíveis, todas que podem demorar a apresentar um sintoma.

“Depende muito da faixa etária (a periodicidade dos exames). Para crianças, o ideal é anualmente. Para os adultos, a cada dois anos é suficiente. E idosos volta a ser anual os exames. Isso, é claro, considerando que os exames estão normais. Se há alguma alteração essa periodicidade será alterada pelo médico”, explica a Myrna.

Doenças invisíveis

Hepatites

HIV/Aids

Diabetes

Alterações de colesterol

Doenças cardiovasculares

Tireóides

Doenças reumatológicas

Tipos de câncer.

Fonte: Bem Paraná, 21 de julho de 2016.