Os profissionais com grau universitário que conseguiram um novo emprego no primeiro semestre foram contratados por um salário 6,6% mais baixo que os que começaram em uma vaga no mesmo período de 2015. Os dados são do Ministério do Trabalho. Quanto mais alta a escolaridade, maior foi a diferença de remuneração entre 2015 e este ano. Nas empresas, os rebaixamentos aconteceram de forma mais intensa entre cargos seniores, diz Ana Paula Henriques, consultora da Mercer. "Muitos executivos foram desligados. Com oferta de profissionais, o poder de negociação das empresas melhora. Candidatos aceitam receber de 80% a 70% das ofertas do passado recente."
Além de pagamentos fixos mais baixos, as vagas que incluem remuneração variável que surgiram em 2016 também estão menos generosas, afirma Henrique Bessa, diretor da Michael Page especializado nos mercados de seguros e financeiro. "Há dois anos, até quem estava desempregado esperava receber mais que no último cargo. Hoje, dizem que salário não é o problema." Para o conjunto dos trabalhadores, a queda da remuneração de vagas oferecidas foi de 2,28%, a segunda maior da série histórica, que começa em 2003.
Fonte: Folha S.Paulo, 28 de julho de 2016.